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Viver Sempre com ADORAÇÃO E VIDA



A vida virtual, como já disse aqui, nos reserva agradáveis surpresas. Por meio dela, encontrei lá em Fortaleza - CE um jovem que merece ser chamado de GUIBOR, termo hebraico que siginifica VALENTE. Encontrei um Valente de Deus. Não há muito que eu possa falar do Joel. Deixo com vocês as palavras dele mesmo. Sejam para cada um de vocês força e coragem vindas do Céu, pois para mim foram isso e muito mais...


"Bem, vou falar um pouco de minha vida pra vocês. Me chamo Joel Araújo, tenho 23 anos. Quando era criança tinha muitos sonhos e gostava muito de brincar e de ir à escola, mas aos 12 anos comecei a sentir minhas pernas doloridas e não sabia o que era. Fui ao colégio e na volta caí, e não consegui me levantar sozinho. Um senhor me pegou nos braços e me levou até minha casa. Passei o dia deitado, dormi e quando acordei não conseguia andar. Fui ao médico e lá passei por vários exames, até descobrir que teria que sair do colégio.

Nossa! Pra mim foi um choque. Sempre que me perguntavam o que aconteceu comigo, eu respondia:”-Não sei, foi uma noite traiçoeira!”. Então tive que ser internado por vários meses. Fiquei mais tempo no hospital do que em casa. Fiz fisioterapia e com 15 anos, tive ser operado. Foi uma das fases mais difíceis de minha vida,mas como acredito em Deus, enfrentei. Fui internado e após dois meses, chegou o dia da cirurgia (nunca esquecerei: 17 de junho de 2002, dois dias após meu aniversario).Na noite anterior, um enfermeiro disse que queria falar comigo a respeito da operação. Disse a ele que poderia falar. Daí, ele começou: “-Olha sua cirurgia é arriscada, você vai passar por anestesia geral, quem faz essa cirurgia passa de uma a duas semanas na UTI...” Nossa, eu tremi todo e ele ainda disse que poucos resistiam a esse tipo de cirurgia. Quando ele saiu, comecei a chorar desesperadamente. Logo depois, cerca de vinte minutos, chega uma enfermeira e pede pra falar com minha mãe em particular Perguntei se era a respeito da minha cirurgia e ela disse que sim. Falei que já sabia de tudo, e ela ficou muito preocupada, pois disse q não era pro enfermeiro ter dito nada na minha frente. Daí, ela mandou que eu tomasse remédios pra dormir. Eu tomei, mas não dormi. Passei a noite rezando e pedindo a Deus para que se fizesse a vontade Dele.

Passou a noite e chegou o momento. Na hora da cirurgia, quando chegaram pra me levar pro centro cirúrgico, eu desmaiei. Mesmo assim me levaram. Acordei na sala de cirurgia. Deram-me um líquido, bebi e adormeci. Para honra e glória do Senhor, quando eu acordei tinham se passado dois dias e eu já estava fora da UTI. Então, fiquei mais um mês internado e voltei pra casa, ainda sem anda. Entrei em depressão, passei 2 anos em tratamento com psicólogos, até que um dia me decidi viver do jeito que Deus quer, levantei a cabeça e disse: “A partir de hoje, minha vida voltará ao normal!”. Voltei ao colégio, fiz vários cursos, e hoje, para honra e glória do Senhor, terminei o colegial, e estou esperando o momento certo para entrar na faculdade.

Gente, peço que orem por mim, pois não é fácil. Há dias em que fraquejo e um simples olhar já me faz chorar... Peço também que vocês não desistam de nada, pois com Deus podemos TUDO.
Um forte abraço! Adoração e vida pra vocês! Deus os abençoe!"

Joel Araujo
MSN: webinhovip@hotmail.com

O Dom de Ser Anjo


Uma das mais fascinantes e surpreendentes marcas que Deus imprime no meu dia a dia é o seu jeito de nos ensinar a sermos seus filhos. Percebo que Ele esconde nas situações cotidianas peças do quebra cabeças que temos de montar para enxergarmos a real imagem do que somos. Ao mesmo tempo, esconde em nós peças que servirão para restaurar, remodelar ou pelo menos mostrar que a história dos nossos irmãos não acabou. Sempre dá tempo de recolocar as peças do quebra cabeças. Concede-nos muitas vezes o dom de ser anjo para o outro.

É certo – e isto o sabemos por meio da Santa Doutrina que da Igreja recebemos – que nenhum homem é ou será transformado em anjo, mesmo depois de seu encontro final com Deus. Os anjos, seres espirituais criados por Deus para seu louvor e adoração, não são de nossa natureza. Ou antes, nós não pertencemos á deles. Em sua natureza puramente espiritual, contemplam a Deus face e face e desfrutam de uma realidade inconcebível e inalcançável à nossa mente. Vêem em Deus a nossa realidade e por Seu desígnio auxiliam e guardam os filhos de Deus. E a própria escritura, citando em diversos trechos a expressão “... o anjo do Senhor...” caracteriza dessa forma uma atuação direta do próprio Deus por meio do seu mensageiro. O dom de ser anjo reside, portanto, nas oportunidades que temos de conhecer um pouco daqueles que de nós se aproximam e dar a Deus, por meio de nós, a oportunidade de tocar a vida e o coração do outro. Não seria demais pensar que, se cada um de nós é templo vivo de Deus Uno e Trino, somos também local preferencial da Sua ação santificadora. Lugar de encontro, ocasião de resgate... Anjo. Ao mesmo tempo ser lugar de encontro com a graça de Deus requer de nós um cuidado ainda mais especial para com aquele que de nós se aproxima e para conosco mesmos. A dádiva de ser anjo para outros gera em nós sementes de ressurreição que precisam germinar também no coração do outro. Não as mesmas flores, mas sim aquelas que exalem o perfume da presença do Senhor.


Ser anjo é levar a carta que Ele endereçou ao outro, mas a quis escrever com a nossa caligrafia. Quantos de nós, ao ver transcrito um texto de qualquer autor que nos seja atraente, não reconhecemos claramente o seu estilo, forma, palavras, mesmo que a letra não seja manuscrita pelo autor? Ser anjo é isso. Levar o outro ao Divino Autor da carta que entregamos em cada encontro.


Deus tem me dado a experiência de entrar na vida de um grande número de pessoas por conta de diversos fatores: por ser coordenador de grupos de Crisma, por tocar em retiros, missas, grupos de oração e também por novas amizades que tenho conquistado. Peço a Deus que, se de fato Ele me tem concedido a graça de ser anjo para alguém, que eu jamais prenda em mim o coração de nenhum desses. Se me olharem, que vejam a Ti, Senhor. Ouvindo minha voz, que escutem a Tua. Se a algum deles eu trouxer de volta, que seja para o Teu abraço.


E que nós, juventude católica, Geração PHN, tenhamos a coragem de sermos anjos para todos quantos o Senhor nos confiar.

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate!



Com carinho e orações,

Roberto Amorim.

Com Poesia...


“Cantar o canto ensinado por Deus,Com poesia ensinar nossa fé...”

(Pe. Fabio de Melo – Vou Cantar Teu Amor)


Fim de uma primaveril tarde carioca... O calor do dia dá lugar à delicada brisa da noite que se anuncia. Calor e brisa... Contrários que se harmonizam com perfeição, capricho do Divino Autor da Vida que com maestria dispôs cada coisa em seu lugar, como se escrevesse versos de amor àqueles que ama. Tudo Ele fez com poesia, desde as estrelas com as quais salpicou as noites imemoriais do principio dos tempos até cada um dos que quis tornar seus filhos.



E ao chegar o tempo da nossa salvação, deu ao Seu Unigênito a mais primorosa flor da humanidade por mãe. Aprouve ao Criador revestir a humanidade de altíssima glória ao escolher que a vinda de Seu Verbo Eterno ao mundo se daria por meio do ventre virginal de Maria, o primeiro Sacrário da Terra. Dela Jesus aprenderia toda a poesia que permeou sua vida. Toda a doçura que destilou ao longo de sua vida brotava da poesia materna aprendida em seu cotidiano. Jesus exalou em todas as suas atitudes o perfume de Nossa Senhora. O jeito de Maria estava impregnado em Nosso Senhor. No precioso Sangue que jorrou no monte Calvário estava o DNA de Maria, todo o seu jeito de ser. Naquele momento em que a dor era a única realidade a olhos vistos, o Príncipe da Paz, Poeta da Vida fez brotar a mais perfeita expressão artística do Amor do Pai por Sua criação. Naquele cenário, usando três cravos e duas toras de madeira, Jesus entalhou a Salvação do mundo. Rompeu o céu e nos levou num vôo sem escalas ao coração do Pai, por meio da poesia da Cruz, mistério de dor que se transfigurou em amor.


Ora, tal poesia ressoa ainda hoje tão viva como outrora. A tumba vazia, tal qual uma caixa de infinita ressonância, grita ao mundo: “Não está aqui! Ressuscitou!”. Não seria possível reter cativo da morte Aquele que trazia em si a Vida Plena. O amor se fez canção no mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, canção destemidamente cantada com a vida de tantos santos, com o sangue de tantos mártires que ousando alto nos mostraram o Infinito que se fez hóspede do tempo. Homens e mulheres em cujos corações a poesia da criação, os versos de amor do Calvário jorrados encontraram um maravilhoso celeiro onde geraram frutos de trinta, sessenta e cem por um (Mc 4,20).

Hoje esta poesia me alcança o coração, tão transformadora como sempre. No poder do Seu Espírito, o Divino Autor sussurra-me aos ouvidos da alma: “Sois uma carta minha escrita ao mundo! Sois um caderno de versos de amor escritos por mim, endereçados aos que eu remi por meio da Cruz!”(2Cor 3,3).

Hoje me decido: QUERO SER ESTA CARTA!!! QUERO SER POETA DA FÉ!!! Cantar o canto que Ele ensinou, afinar meu coração no tom do coração de Cristo. Transmitir a fé por meio da poesia do amor. Escrever com Sua caligrafia os versos do Eterno nas páginas do tempo.

Hoje me comprometo: a poesia da Ressurreição será minha verdade! As palavras de Cristo serão vida em minha vida! Deixarei que seu jeito de traduzir o infinito aos simples de coração seja também o meu jeito de traduzir a poesia de Seu coração aos que de mim se aproximem. Proclamarei Seu Nome e enquanto durarem os dias de minha vida falarei do Seu Reino. Serei semeador do que é eterno, e seguirei semeando o amor no coração da humanidade, ainda que eu nunca as veja brotar. Mas seguirei semeando e buscarei colorir com a Divina Aquarela a vida e o hoje.

Hoje me comprometo, mas ao mesmo tempo coloco diante do Senhor todas as minhas fragilidades e limites. Confesso que não sei como cumprir esse comprometimento e nem mesmo sei ao que isso pode me levar, mas uma vez tocado pela canção de amor de Cristo, confesso que não saberia voltar atrás, pois já não consigo me lembrar de quem eu sou sem me lembrar de tudo que Ele transformou em mim. Depositário de tão imensa graça, relicário frágil de tão excelso tesouro (2Cor 3,7), rogo ao Divino Poeta que minha vida inteira rime com Seus versos.

Quero ser poeta do Eterno...
Com carinho e orações,
Roberto Amorim.
28/10/2008.

Oração

Há momentos em nossa vida que não há muito a se partilhar, não há muito a ser dito. Somente os silêncios bastam, e mesmo que não bastassem, a dor que os provoca trata de torná-los oração.

Portanto deixo aqui hoje somente este suspiro da alma, este jeito de partilhar algo de mim que faz parte da sinfonia que o Senhor tem escrito em minha vida. Alguns acordes dissonantes, à primeira audição, incomodam os ouvidos, mas logo percebemos que tornam mais sofisticada e mais bonita a canção de nossa vida. Falo por experiência musical própria.
Deixemos que o silêncio ore em nós.
Carinho e orações.
Alma de Cristo santificai-me.
Corpo de Cristo salvai-me.
Sangue de Cristo inebriai-me.
Água do lado de Cristo lavai-me.
Paixão de Cristo libertai-me do pecado.

Beijo a Tua Cruz
Que condena e esmaga o pecado em mim.
Ó Bom Jesus, ouvi-me
E dentro de Vossas Chagas escondei-me!
Não permitais que eu me separe de Vós!
Do espírito Maligno defendei-me!

Jesus, que nada me separe de Ti
Nem a vida nem a morte.
Seguindo-Te em vida,
Ligado a Ti com todo amor,
Seja-me permitido expirar contigo no Calvário,
Para subir contigo à glória eterna;

Seguirei contigo nas tribulações e nas perseguições
Para ser uma dia digno de amar-Te na revelada glória do Céu;
Para cantar-te um hino de agradecimento
Por todo o Teu sofrimento por mim.
Que eu também enfrente com Tu,
Com serena paz e tranqüilidade
Enfrentar todas as penas e trabalhos que possa encontrar nesta terra
Uno tudo a Teus méritos, às Tuas penas
Às Tuas expiações, às Tuas lágrimas,
A fim de que colabore contigo para a minha salvação
E para fugir de todo o pecado
Causa que te fez suar sangue e te reduziu à morte.
Destrói em mim tudo o que não seja do Teu agrado

Escreve em meu coração todas as Tuas dores.
Aperta-me fortemente a Ti
De maneira tão estreita e tão suave,
Que eu jamais te abandone nas Tuas dores.

Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos!
Peço-vos perdão por aqueles que não crêem,
Não adoram, não adoram e não vos amam!

Meu Senhor, Te adoro, Te anseio infinitamente
Peço que fique sempre em mim para me fortalecer
Esteja sobre mim para me abençoar,
E com Teu Amor Infinito sempre, sempre me ama
Jesus, eu confio em Vós!
Vinde em meu socorro, Jesus!
Esmago-me hoje
Para poder nascer novamente contigo
Pois quero que a minha alegria
Seja a alegria de uma criança
Quero ser pequenino para poder um dia
Estar junto de Ti na Glória Celeste.
Quero seguir sempre os Teus caminhos
E me perder no Teu Infinito Amor.

Te peço, Senhor, liberta e renova o meu coração

Oh Belíssimo Esposo,
Mais belo que todos os homens,
Santo, Santo és Tu!
Belíssimo Esposo
Esconde-me em Teu lado aberto
Em Tua chaga de amor

Esconde-nos Senhor em Tuas chagas
Em teu Infinito Amor
Paz e Bem
Roberto Amorim

O ALTAR DE CRISTO, FRONT DOS HERÓIS

Vivenciando este mês vocacional que a Santa Igreja nos propõe, achei oportuno refletir aqui a respeito da figura dos nossos sacerdotes, vocação profundamente valiosa para o Reino de Deus. Espero que possamos todos nós, povo cristão católico, enxergarmos sempre o valor desta vida consagrada ao Senhor.

De tempos para cá, por causa de todo o aprendizado e vivência das diversas situações que a caminhada com Deus me proporciona, tenho sido profundamente tocado pelo mistério que envolve a figura do sacerdote, homem que transcende sua humanidade e a empresta a Cristo para que, de modo perene nos altares do mundo, continue a acontecer o sacrifício do Calvário. E por meio de tantos testemunhos de grandes e santos sacerdotes que edificaram minha fé, me convenço cada vez mais de que O ALTAR É O LUGAR DOS HERÓIS. Assim, trago ao coração dos filhos e filhas da Igreja esta reflexão humilde e grata ao Senhor pelo dom da vocação sacerdotal dos nossos pastores.

Falar do sacerdócio da Igreja em seus padres é falar do Calvário, da Cruz, do Sacrifício do Senhor, que nos remiu e rompeu para nós o céu para que lá pudéssemos entrar. Ora, isto é a Santa Missa: banquete sacrifical do Cordeiro de Deus, que unicamente pela unção das mãos do sacerdote traz aos nossos altares aquele instante que extravasou os limites do tempo, o instante em que o céu fez silêncio frente à imensurável dor do coração do Pai que assistia à entrega de amor do Seu Verbo Eterno. Portanto, se tal é a grandiosidade da Santa Missa, que mistério não reside na alma de um servo ordenado pelo poder de Cristo, servo este que, participando do único sacerdócio real do mundo – o de Cristo – é também o único a nos trazer este dom supremo, mistério de amor e dor?



Penso que no coração de um sacerdote deve existir ao mesmo tempo uma profunda gratidão e uma imensa perplexidade, pois como compreender que Deus se deixe ser manuseado pelas mãos da fragilidade humana? Certamente não são as mãos de qualquer um, mas são uma realidade finita que consagram o pão e vinho no altar por força da unção que lhe é conferida por Cristo, que sendo a vitima perfeita e também o único sacerdote digno de oferecer-se ao Pai em sacrifício redentor. Assim, é Cristo quem, na pessoa do ministro ordenado, se oferece na Missa. O que não deve, portanto, ocorrer na alma destes homens que recebem do próprio Senhor, pela autoridade da Santa Igreja, este múnus (autoridade) para que possam dar ao mundo o Santo Sacrifício?



Também me passa pelo coração o amor pelo altar, pela missão em si que deve haver no coração de cada padre. Antes mesmo do desejo de pregar, de servir ao Senhor seja no auxilio aos pobres ou qualquer outra meta, por mais nobre que possa ser o mistério da Santa Missa e a adoração ao Senhor devem ser a razão da vida do sacerdote. Toda a sua razão de ser é unicamente a razão de amar a Cristo na Eucaristia, e nela todos os desdobramentos característicos da missão devem ter seu ápice, seu ponto de partida e de chegada. Assim como a decisão por assumir tal missão não deve vir como fuga de si mesmo, e que não seja descuidado o dom sacerdotal dos que assumem frente a Cristo e Sua Esposa a missão do Altar, pois se tão indescritível mistério se dá no coração dos padres, que tristeza não menos profunda quando tantos que do Senhor receberam o chamado não o honram acima de tudo...



Por fim imagino quão feroz batalha vivem estes homens. Ainda que jamais tenha tido a coragem de tecer comentários muito fortes acerca disso, imagino a sanha assassina de Satanás para devorar e destruir o sacerdócio de Cristo na Igreja, investindo de modo tão selvagem contra estes heróis do Altar no intuito de arrancar este mistério de suas almas. Saibamos todos do profundo ódio que tem o demônio pelos sacerdotes que dão a vida pelo Cristo em cada Missa e a celebram com o coração inteiro entregue naquele momento juntamente com o Corpo e Sangue do Senhor. Sacerdotes esses que pela santidade com que viveram sua vocação arrancaram do Inferno milhares de almas que eram cativas das trevas. De modo muito especial, menciono aqui somente o grande Pe. Pio de Pietrelcina, que era violentamente atacado por Satanás, sofrendo insidias físicas inclusive. Este santo sacerdote, profundo adorador da Eucaristia, de tal modo compreendeu tal mistério que chegava a declarar: “O mundo pode passar sem o calor do sol, mas não sem a Santa Missa.” Portanto, igualmente intensa dever ser nossa intercessão pelos homens do Altar, que creio serem juntamente com a juventude, os alvos principais das hordas do Inferno.



Enfim, aqui deixo esta reflexão e partilha a respeito dos nossos pastores na terra. Saibamos que na alma de um sacerdote habita o mistério da Cruz, do Calvário, do Sacrifício do Senhor; que no coração dos padres, ainda que sendo um coração humano, o Verbo de Deus o inflama de amor pelo mistério eucarístico do Altar. E que nós peçamos ao Senhor que tenhamos também um coração sacerdotal. Que Deus os fortaleça em seu sacerdócio ministerial para que inspirem no sacerdócio comum dos filhos da Igreja este maior desejo de santidade e amor pela Eucaristia.



Termino com a certeza que me brota no coração após refletir a respeito da vocação do Altar:



O ALTAR É OLUGAR DOS HERÓIS.





Com carinho e orações,
Roberto Amorim.



21/08/2009

Amar é uma Decisão...

Não sei ao certo quão intensos podem ser os sentimentos na vida das pessoas. Aliás, mesmo na minha vida não estou bem certo disso também. Acho que na verdade não acredito muito que sentimentos possam ser intensos porque creio que não combinam entre si as duas palavras. Em minha opinião – que nem é pra ser considerada tanta coisa assim – sentimentos não tem muito a ver com intensidade. INTENSO me lembra TENSÃO. Sentimentos são profundos e as paixões sim são intensas. E por isso, efêmeras. Algo muito IN-TENSO não pode, portanto permanecer por muito tempo. A tensão se esvai em algum momento, junto com a intensidade. O tempo se encarrega de baixar a poeira e, de fato, é melhor que seja assim. Os olhos ficam turvos nas tempestades de areia. Isso não se dá com os sentimentos. Estes arraigam-se nas “vísceras” alma e cristalizam-se. Logo se tornam parte de nós. Tornam-se decisões! Por isso tenho aprendido que amar não tem tanto a ver com o sensual humano – leia-se sentir – mas muito mais com nossas faculdades volitivas. Aprendi que AMAR É UMA DECISÃO!



Penso assim porque há experiências em nossa vida pelas quais muitos não quereríamos passar. Se pudéssemos optar, sem dúvida escolheríamos ao menos não experimentar todas as conseqüências de certos acontecimentos. Mas mesmo em tais momentos algo dentro em nós nos impele a enfrentar a situação. Uma espécie de querer autônomo. Assim é com o amor, com o gesto de amar. Não tem tanto a ver com o sentir, mas com uma meta, um propósito. Se assim não fosse, o menor sentimento de decepção soterraria o amor.




É preciso decidir-se pelo amor! Diariamente! Tal como o Salvador. Jesus amou até o fim, até que não houvesse mais uma gota de sangue e suor em seu corpo humano. Mas não tanto porque tivesse sido crucificado e este foi o fim de sua capacidade de amar. Longe disso, amou sabendo que isso o levaria à cruz, à morte. Creio ser esse o significado do versículo bíblico: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.”(Jo 13,1). Amou até o fim, até a meta final.




Paro por um instante paro a reflexão aqui proposta e me lanço num pensamento que há tempos pulsa em mim: “Desejo tal amor para minha vida!”. Desejo amar assim. Sei que meu coração, por mais seduzido que possa ser por Deus – e nem é tanto assim quanto acredito ser – é fraco demais, e não comporta todo esse amor nessa dimensão. Então entendo a oração da Igreja: “Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao Vosso!”. Desejo sim amar com o coração de Cristo em meu peito. Além das decepções, além dos medos, aparências... Mas e se tal decisão me levar à morte? E se tal decisão me levar a precisar morrer pra mim mesmo no que mais prezo?




Bem... mesmo aí quero ter coragem para dar o passo à frente. Não quero hesitar nessa decisão, pois sei que na verdade o prêmio do amar não é ser amado em troca, mas tão somente amar, pois amar assim nos transfigura na imagem do Filho de Deus. Amar até o fim, ser fiel até o fim... Amar como Jesus amou!




Tenho por certo que é essa a decisão de minha vida. Desejo amá-lo e Nele amar também os que Ele me der. Ainda que me custe a vida ou o viver. Quero viver para isso!




Termino com a frase de São João da Cruz, pois creio que nessa frase encontramos a plena verdade acerca do amor:




“No entardecer de nossas vidas, seremos julgados acerca do amor houvermos sentido.”
Com o Amor do Coração de Cristo
Roberto Amorim

No Peito eu Levo uma Cruz*


O amor que transpassa o teu peito rasga no meu peito a gratidão.
(Ministério Missionário Shalom)

Creio que eu era ainda criança quando pela primeira vez pendurei em meu pescoço um pequeno barbante do qual pendia aquele singular sinal: uma trave vertical atravessada por outra horizontal, esta um pouco menor. Nelas repousava a imagem de um homem pregado, que só bem mais tarde fui aprender de quem se tratava. Naquele momento não fazia assim tanta diferença saber mais sobre a cruz ou sobre o personagem que nela se encontrava. Mas nem com muito esforço eu poderia intuir qual a dimensão que aquele símbolo tomaria em minha vida.

Lembro-me que não usava o crucifixo com tanta freqüência assim. Mas me lembro bem, ou melhor, SEI que numa das vezes em que tirei o cordão do pescoço, isso não foi mais suficiente para que a cruz saísse do meu peito. Tal qual um ferro em brasa, um carimbo incandescente, a cruz e tudo o que ela representava e viria a simbolizar para mim, toda a sua mística atravessava-me as roupas, o peito e imprimia sua marca em meu coração. Já não importava se da cruz eu me desfizesse, se a tirasse do pescoço... Dentro em mim ela já estava fincada no solo do meu Calvário interior. Constatei que ela havia invadido minha vida e dava o rumo de meus passos e o tom das minhas canções. Compreendi ali a realidade de um cavaleiro que, tão somente buscando servir o seu senhor, não se torna conhecido pelos seus grandes feitos e conquistas ou batalhas vencidas, mas pelo brasão do senhor ao qual serve que traz indelevelmente estampado em sua armadura. Vi que dentro em mim esse era meu maior anseio. Mas ao mesmo tempo em que percebia isso em mim, essa alegria de trazer na alma o brasão de Cristo, me questionava em algo que, uma vez respondido, passaria então a ser razão de júbilo ainda maior em minha vida: ao perceber que a cruz outrora trazida no peito e hoje na alma, tornara-se a insígnia de minhas andanças e vivências, eu me perguntava por que um sinal de violência animalesca e cruel se havia tonado alvo de meu fascínio e norte de minha fé? E estendo a outros essa reflexão que em mim pulsava: por que aceitar como símbolo uma imagem que menciona escancaradamente a violência humana que grassa em nosso meio e que tanto combatemos?

Entendo que o fascínio e atração que a cruz exerce sobre tantos corações - entre eles o meu – não estão e não podem estar em nenhum momento sobre um mórbido prazer de se contemplar o corpo espatifado de um jovem sobre a cruz. Não cultuamos a morte sob nenhum aspecto. Na realidade, olhar para aquele que transpassaram (Zac 12,10) é também deixar que nossos olhos transpassem o Gólgota e alcancem a mística da entrega da vida a um amor desmesurado pelos seus. Amor que ultrapassa toda a compreensão humana, que não entrega o que tem, mas o que é; que se entrega totalmente em razão do bem do próximo. No caso de Cristo, a salvação do gênero humano.

Assim descobri o porquê daquele símbolo ter afogueado de tal modo minha alma, meu coração. É desse modo que desejo me entregar: num amor que não veja ou consinta em limites na sua capacidade de doar-se e acolher. Tal como relata o evangelista: “Tenho amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” (Jo 13,1). Não apenas um fim circunstancial, como amar até que se canse ou até que o amor se acabe, mas amar até que não haja mais o que amar; entregar até que já não haja nada mais pra ser entregue. Perder-se no Senhor e nele completar-se, como diz uma bela canção. E mais ainda: entender que tal entrega não se faz por mérito ou desejo de recompensa, ou mesmo pela vã esperança de assemelhar-se à glória do Cristo ou mesmo equipararmos nossa entrega à Dele. Mas viver tal entrega como sinal de eterna gratidão ao Senhor, em oferta de si mesmo por amor a Ele e aos irmãos. Amá-los sempre e mais e neles mirar o amor do próprio Deus. Encontrar sua Divina Face em cada rosto e assim servi-lo.

Amados irmãos de fé, mais do que crer no Senhor, creio que vivemos num tempo em que é necessário para nossa própria edificação vivermos em alguma dimensão esse amor pela Cruz do Senhor, sinal não de morte, mas de vida. É necessário estar disposto a dar a vida pela causa que dizemos crer. Não podemos mais viver uma fé estéril, de cumprimento de preceitos e obrigações, mas descobrir a razão de vivê-la será o sustentáculo para sermos fiéis até sua volta gloriosa. Nisso nós cremos! Nele esperamos!

Vivamos apaixonadamente o mistério da Cruz, pois a mística de tal entrega há de nos levar à intimidade do Seu Divino Coração.



Com carinho e orações,
Roberto Amorim.
Coqueiral de Aracruz – 02/08/2009.

*Música “Nova Geração” (Pe. Zezinho, scj)

CUIDA DE TUA VIDA, POIS ÉS MEU


Nesta tarde confrontei-me com a dura realidade de que tenho vivido uma santidade de vitrine, na medida em que, olhando para minha vida, encontrei bem poucas características da violência do combate que creio viver. Deparei-me com o fato de que a santidade não se constrói somente de boas intenções. Estas são somente o fruto de uma fé que precisa ser provada no fogo, e forjada com as marteladas da realidade que chamamos de vida. Vida cotidiana, vida particular... vida que eu preciso reaprender a viver e a cuidar. E percebo que se desejo para mim as mais altas metas que no céu se encontram, é necessário cravar agora os alicerces no chão do tempo que se chama hoje.


Com muita sinceridade e dor, percebi o pouco que tenho cuidado de mim naquilo que me faz ser o que sou. E o que sou é formado por tudo aquilo que compõe meu horizonte de sentido, ou seja, tudo que para mim é simbólico e me traz algum significado. Esquecendo-me deste horizonte, esqueço de mim mesmo e me permito ser aquilo que não reflete minha essência. Vivo o contrário do essencial, a aparência. Aparento ser, mas não sou. E assim construo um castelo de areia, que ao menor toque das ondas ou dos outros irá desmoronar-se. E não é isso que quero, nem para mim nem para os meus.


Não quero estar pela metade no que existe de divino na minha vida, nos sinais carinhosos que Ele achou por bem dispor em meu dia a dia. Sua Presença em mim é atestada pelo que de concreto tenho diante dos olhos, pelo que minhas mãos tocam, pelos perfumes que sinto e pelos sons que ouço. De outro modo não tenho o direito de pedir grandiosos sinais divinos se o discreto milagre diário que Ele me concede não é por mim contemplado com a reverência que afirmo ter. Por outro lado, percebo também que os outros precisam ter de mim o meu essencial para que eu seja realmente amado pelo que sou sem os holofotes da vitrine. O toque dos outros em mim precisa ser naquilo que é real em mim, para que eu não seja ilusão e lembrança doída na vida de ninguém.


Assim tenho hoje diante de mim a certeza de que a santidade que almejo não virá das biografias dos santos ou mesmo das parábolas do Evangelho contadas por aquele que digo ser meu Dono e Senhor. Não virá também da prédica de um pregador ungido ou dos hinos de louvor que enchem os templos. Mais ainda: nem mesmo do sacrifício do Calvário do Altar jorrará a santidade que para minha vida desejo se não confrontá-la com uma realidade que a exija de mim no dia a dia.


Nesta tarde confrontei-me com a dura realidade de ter descuidado do que é essencial em mim. E a santidade só deixará de ser vitrine se eu tomar a peito a frase que intitula esta reflexão. Em meio às aparências muitas vezes sufocamos nossa essência. Peço perdão ao Senhor e àqueles que por conta dos meus descuidos dei a impressão de não serem essenciais em minha vida.


Termino com algo que me disse o Senhor nos primeiros dias desse ano, e desejo que eu saiba ouvir e tornar real em minha vida:


“A santidade está nas minúcias.”


Com carinho e orações
Roberto Amorim

DESAFIANDO A MALÍCIA

ForEm meio a um mundo de realidades tão difíceis, corremos o risco de, pouco a pouco, nos deixarmos levar pelas ideias e concepções que nos envolvem. Há uma malícia estabelecida sobre todas as situações, principalmente nos relacionamentos. São poucos os que realmente acreditam na pureza e no desinteresse que podem gerar grandes amizades. Se pensarmos em amizade entre homens e mulheres a situação piora ainda mais.
Parece que há uma opinião comum na qual se acredita que não é possível haver um relacionamento entre pessoas do sexo oposto que não seja ou que não vá gerar um relacionamento amoroso ou um envolvimento sexual. Em um mar de malícias pré-estabelecidas em nossa mente, perdemos a oportunidade de crescer e até mesmo de ser mais felizes.
“Os doze iam com Ele, e também algumas mulheres” (Lucas 8,1-2). Jesus, na Sua humanidade, viveu a realidade da pureza do relacionamento com as mulheres e pôde experimentar a riqueza disso. Mesmo em meio a uma sociedade machista, que na época nem mesmo as incluía ao número de pessoas, Cristo estabelece uma nova forma de relacionamento com as mulheres de Israel. Ele foi amigo de Maria Madalena, de Marta e Maria, irmãs de Lázaro, deixou-se ser marcado e tocado por tantas outras figuras femininas que atravessaram o Seu caminho. Ele não tinha medo de se expor e de enfrentar a sociedade para viver a vontade do Pai. Jesus é o primeiro a viver a sadia convivência.
A amizade entre homens e mulheres é possível. Assim como entre casados e solteiros, sacerdotes e leigos, religiosas e religiosos, idosos e jovens. Não podemos nos deixar contaminar por tanta malícia e deixar de experimentar a beleza de vivermos juntos, de partilharmos vida e experiências e de vivermos em sadia convivência.
Um relacionamento sadio entre pessoas de sexos diferentes leva à maturidade, ao crescimento e à santidade. Uma mulher, apenas com o seu jeito natural de ser, é capaz de ajudar um homem a ser muito mais homem, a não ser malicioso, agressivo e grosseiro. Um homem, somente por ser homem, é capaz de mostrar a uma mulher o quanto ela pode ser mais feminina, mais cuidada e respeitada. A sadia convivência nos ajuda a chegar à maturidade que Deus sonhou para nós desde a criação.
Então, por que perdemos tanto tempo e não vivemos relacionamentos sadios? Talvez por medo, imaturidade, feridas deixadas por outros relacionamentos e toda uma série de fatores que pode nos levar a não nos lançar na novidade que o Todo-poderoso tem para nós. Muitos desses fatores precisam ser acompanhados ou até mesmo de ajuda capacitada, para que deixem de ser pedras no meio do caminho. Não podemos ser ingênuos ou bancarmos os intocáveis. Para vivermos relacionamentos sadios é preciso, antes de qualquer coisa, maturidade, coragem e verdade com nós mesmos.
Não podemos negar que viver um relacionamento puro e sadio afetivamente é enfrentar toda uma sociedade que desacredita na pureza e no amor desinteressado. É enfrentar cristãos que se deixaram contaminar pelas ideias do mundo e não conseguem mais perceber a pureza de um relacionamento sem antes desconfiar dele. É viver um martírio – testemunho – que vai gerar dor, sofrimento, incompreensão, desconfiança, mas que com certeza vai levar à maturidade e à felicidade em Deus.
Não é uma missão fácil! É preciso ter muita coragem para encarar a forma de pensar de toda uma sociedade e mostrar que é possível, que vale a pena e que existem amizades profundas, puras e sinceras entre pessoas de sexo e estados de vida diferentes. Um dia eu tomei coragem, superei meus medos e aceitei o desafio. O resultado? Sou um homem muito mais realizado e muito mais maduro por causa de cada uma das mulheres que estão e que passaram pela minha vida. Amigas que me ensinaram a ver pureza onde todos só enxergam malícia. Mulheres que me fazem muito mais homem, apenas pelo fato de serem mulheres. Amigas que me mostraram e que me ensinaram que é possível a amizade pura e sincera entre um homem e uma mulher.
Eu aceitei o desafio e hoje colho os grandes e abundantes frutos de cada um desses relacionamentos.
Hoje, Deus também o desafio ao novo, a entrar na linda aventura de viver a sadia convivência. Nessa aventura só há um grande risco: de você amadurecer e se tornar uma pessoa muito melhor. Você aceita o desafio? Não perca mais tempo!

Seu irmão,
Renan Félix (Comunidade Canção Nova)

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas...

A amizade é um dom do amor. Surge sem escolha e, muitas vezes, une pessoas completamente diferentes. Quem ama respeita, compreende e admira o que há de diferente e especial no outro. Amizade verdadeira não sufoca, não oprime, amizade de verdade constrói, potencializa, engrandece.


Todos nós precisamos de amor puro uns dos outros, os homens precisam receber o amor puro das mulheres, as mulheres precisam receber amor puro dos homens. Fomos criados para amar e receber amor. Precisamos do amor puro dos amigos.
Amigo não é um conhecido. Amigo é amigo. Consegue nos corrigir, dizer as coisas como elas são, as verdades que não queremos ouvir. Até ficamos chateados, nos afastamos, mas passam as horas, os dias e… voltamos atrás, nos entendemos, nos humilhamos e tudo muda. Falando em mudança, amigo tem o poder de nos transformar e faz isso porque nos conhece e nos ama como somos.

O livro “O pequeno príncipe” entrou na minha história quando tinha 8 para 9 anos. Uma riqueza para toda a vida e todas as idades. Confira essa beleza lendo este trecho, um diálogo bem verdadeiro entre o príncipe e a raposa sobre amizade:
O pequeno príncipe vivia só em seu planeta. Como não suportou mais a falta de um amigo, saiu à procura, por todo o Universo, de quem o compreendesse e aceitasse sua amizade. Chegou a Terra e ficou parado, próximo a um trigal, à espera de alguém para conversar. Uma raposa apareceu e exclamou:
- Bom dia!
- Bom dia! Quem é você? É tão bonita de se olhar!
- Eu sou uma raposa.
- Você quer brincar comigo, raposa? Eu estou tão triste!
- Eu não posso brincar com você. Ainda não fui cativada.
- O que significa ser cativada?
- É algo que as pessoas quase sempre esquecem. Significa estabelecer laços.
- Estabelecer laços? Como assim?
- Para mim, você é apenas um menininho, e eu não preciso de sua companhia. Para você, eu não passo de uma raposa, mas, se você me cativar, então nós precisaremos um do outro.
A raposa olhou fixamente para o pequeno príncipe durante muito tempo e disse:
- Por favor, cative-me.
- O que devo fazer para cativar você?
- Você deve ser muito paciente. Primeiro você vai se sentar a uma pequena distância de mim e não vai dizer nada. Palavras são fontes de desentendimento. Mas você se sentará um pouco mais perto de mim a cada dia.
Então o pequeno príncipe cativou a raposa. Depois chegou a hora de ele partir.
- Oh! Eu vou chorar! - disse a raposa.
- A culpa é sua. Você mesma quis que eu a cativasse. Adeus!
- Adeus! Antes, vou contar a você um segredo: nós só podemos ver perfeitamente com o coração; o que é essencial é invisível aos olhos. As pessoas se esquecem dessa verdade. Mas você não pode esquecê-la. Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa.
Este questionamento precisa nos acompanhar nas amizades que temos: “O que devo fazer para cativar você?” Vai nos ajudar a sermos melhores uns para com os outros e querer o bem do outro, isso sim é amor.
Não se força a barra para cultivar uma amizade, ela é um presente, é um dom de Deus, é uma graça. Onde estão os seus amigos? Somos eternamente responsáveis por eles… e precisamos tornar visível o que é essencial para nós.

“Amigo fiel é poderosa proteção: quem o encontrou, encontrou um tesouro!” (Eclesiástico 6, 14)

Dia 20 de julho é dia do amigo e até lá podemos fazer muito…

CONVIDO VOCÊ A DEIXAR AQUI NOS COMENTÁRIOS OS NOMES DOS SEUS AMIGOS PARA QUE POSSAMOS REZAR JUNTOS POR AQUELES QUE O SENHOR NOS DEU DE PRESENTE. E SE HÁ NECESSIDADES, COLOQUE, POIS NOS DISPOMOS A CLAMAR PARA QUE O CÉU SE ABRA E DELE VENHA TODAS AS GRAÇAS QUE OS NOSSOS AMIGOS PRECISAM!

Hoje livre sou...

Creio que de todas as coisas que podem ser ditas a respeito de Deus, a mais certa delas é DEUS CUIDA DE NÓS, mesmo quando não estamos nem aí pra Ele. Foi essa a impressão que tive ao ler o precioso testemunho da Thaís. Deus toma conta de nós, sabe do que sentimos e o que sonhamos. Ele não é um Deus distante, mas é aquele Pai que cuida e está sempre perto, ainda que o filho não veja e nem obedeça.

Espero que ao lerem o testemunho saibam: DEUS NOS TEM COMO A MENINA DOS SEUS DIVINOS OLHOS!

Thatá, Deus te abençoe muito!

És um diamante de rara beleza aos olhos Dele!


Meu nome é Thaís de Souza Ribeiro, tenho 19 Anos. Moro em Cruzeiro-SP (interior de "Sampa").Tenho cinco Anos de Ministério de Música, quatro Anos de RCC. Hoje Sou uma jovem que anseia por Deus, que busca servi-lo acima de todas as coisas... Atualmente faço caminho vocacional para a Comunidade Recado. Minha Vida hoje é dedicada inteiramente a Deus e ajudar a quem mais precisa... Mas minha Vida nem sempre foi assim...

Quando bebê ainda, minha mãe me levava à igreja, colocava-me perto do rádio (ouvindo Cantinho da Criança, na rádio Canção Nova) em um "chiqueirinho" enquanto ela cuidava dos afazeres domésticos... E ali eu ficava tranquila e dançando, segundo o que conta minha mãe... Ou seja, desde pequena a semente já estava sendo lançada em meu coração. Meu pai trabalhava em uma transportadora (Transbionde) em São Paulo, era gerente lá, por este motivo vivia muito ausente de mim e de minha família... Cresci com uma enorme carência de pai... Mais tarde meu pai veio para Cruzeiro morar conosco novamente... Mas nunca foi de me mostrar o quanto ele me amava, pois mesmo morando debaixo do mesmo teto era muito ausente...

O tempo passou e eu cresci com isso. Comecei a buscar nos "meninos" o pai amoroso que eu nunca tivera, e acabava assim confundindo muito amizade com "algo a mais”. Nenhum menino podia sorrir, falar comigo, e eu logo achava que ele tava gostando de mim. Nesse período me machuquei muito, buscava o amor de pai no lugar errado, com pessoas erradas. Tornei-me uma "pré-adolecente mal amada" machucada pelo mundo. Comecei a me tornar rebelde: nada me importava, nada fazia diferença, meu coração tinha se fechado. Tornei-me uma roqueira gótica, o que desencadeou uma depressão.

Nesse meio tempo eu continuava ir à missa, mas era como nada, eu nem prestava atenção (hoje me dói o coração e a alma dizer isso), pois meu coração tinha se fechado para tudo. Sementes iam sendo lançadas sobre mim, através dos meus pais e dos meus amigos (até aí meu pai já tinha se convertido. Largou a bebida e tinha saído da igreja evangélica, fruto das orações incessantes de minha Mãe. Hoje ele é intercessor da Canção Nova).

Uma amiga que estudava comigo sempre me convidava para ir à Canção Nova com ela acampar...Até que um dia eu aceitei. Fomos para o acampamento de Músicos em novembro de 2005. Aquele acampamento mudou minha história.
Fui decidida a mudar de vida, decidida de deixar a Thaís velha lá e voltar para o seio da minha família uma nova Thaís. Foi na Adoração ao Santíssimo Sacramento que minhas carências foram curadas. Ali eu descobri o amor supremo, o bem maior, e descobri a alegria que tanto almejava, que tanto desejava e nunca havia encontrado. Ali perdoei meu pai, perdoei a quem havia me ferido até aquele dia... Eu experimentei o mais lindo e puro amor que tanto queria receber.
E a partir daquele dia não quis saber mais da minha vida antiga, vida de uma jovem infeliz, não quis saber mais do "ficar", pois o amor que havia recebido me preenchia.
Por isso hoje reprovo tanto o famoso "ficar" como disse Pe. Fábio de Melo naquele acampamento:"- Meninas vocês tem seu valor! Sejam exigentes quanto a namorados, quanto ao Amor! Pois há um Deus que Te Ama incondicionalmente! Foi depois desse acampamento que fui curada também da Palavra EU TE AMO, pois de tão ferida minha alma era que eu não falava isso pra ninguém, nem pra minha família e muito menos para amigos.
Hoje Livre Sou, Curada eu Sou. Jovem Sarada me Tornei! Hoje a cada santa missa vivo ela como se fosse a primeira e ultima, vivo cada adoração ao Santíssimo sacramento com muito ardor na alma, por trazer em mim uma
ETERNA GRATIDÃO.
A VOCÊ JOVEM EU DIGO:
VOCÊ NASCEU PARA SER FELIZ DEUS TE AMA MUITO ACREDITE EM VOCÊ ACREDITE DO AMOR INCONDICIONAL DE JESUS POR VOCÊ!
O LOUVOR LIBERTA A ALMA... LOUVE POR TUDO, ATÉ NAS DIFICULDADES! ACREDITE QUE DEUS TUDO PODE!!!


LOUVOR e ALEGRIA
Deus vos abençoe!

Hoje Livre Sou

Presença forte em mim, eu posso dizer: habitas aqui

Porque escravo eu fui e hoje eu sou mais livre aos teus pés

Sentido na vida a minhalma encontrou Tua mão poderosa veio e me levantou

Agora eu posso declarar: hoje livre sou!

Tenho sede da tua graça, cada dia mais

Sou mais forte e vou mais longe quando aqui estás

Com palavras de amor te adoro,Senhor! Hoje livre sou

Meu tesouro, minha herança, meu Supremo Bem

Nem tribulações nem dor podem nos separar

E jamais irão romper o que o amor selou: hoje livre sou !



Com Carinho e Orações
Thaís - 13/07/2009 - 16:54 h

Saudades...


As lembranças têm o poder de preencher as ausências
(Diego Fernandes)

Há certas realidades em nossa vida que não subsistem por si só, mas são reais apenas na medida em que se relacionam com outros aspectos e existem somente em função de outras particularidades nossas. São mais do que parecem ser na verdade. Como já dizia o poeta: “Existem coisas que são mais do que coisas; são coisas que fazem lembrar." E tão fortemente se ligam umas às outras que às vezes não damos conta de perceber que são realidades separadas, ainda que não independentes. Assim é por exemplo com a dor. Ela só existe em razão de outra realidade causadora, mas parece às vezes ser a raiz de todos os sentimentos que a acompanham.

Ora, se cremos que fomos criados por um Deus infinitamente bom, que permite o mal somente porque dele pode retirar um bem incomparavelmente maior, conseguimos assim entender um pouco da mística da dor. Mas ainda assim, em Seu Divino Coração, o Criador tinha para nós um presente improvável. Plantou em nós algo tão forte e marcante que parece dor, e que de fato fere um pouco. Mas em minha opinião é a dor mais doce do mundo, pois brota do amor sentido, e cada um de nós apenas passaria pela vida sem viver se não a sentíssemos. Ou como dizia Santa Terezinha: “Morrer de amor é um bem doce martírio.” Falo da dor da SAUDADE.

Não me atreverei aqui a tentar definir a dor da saudade. Não conseguiria por mais que tentasse. Mas sei dentro em mim que eu hoje aprendi a senti-la de forma muito intensa e de diversas maneiras. E creio que a mais intensa e pungente é a saudade do eterno que existe em mim, eterno com o qual sonho e almejo alcançar, mas que não conheço totalmente e sequer posso imaginar com minha limitada capacidade humana. Mas mesmo se os meus limites humanos não podem alcançar essa percepção, sei que os anseios mais íntimos e profundos da minha alma farejam e sentem pedacinhos de eternidade escondidos nas delicadezas do dia a dia, e por isso sei que tais pedacinhos são muito mais do que somente isso, mas são na verdade pedaços do céu em minha vida, antecipando a vivência do que espero e creio.

Assim, a eternidade toma conta de mim e se desvela em minha vida naquela frase de carinho que não deixa de soar em meus ouvidos ainda que os lábios que a tenham articulado já estejam longe; num abraço que aproxima mais do que o corpo, mas envolve a alma e fica para além de quando termina; numa lembrança, num olhar que rompe o silêncio e o tempo cronológico, extravasando o momento em que aconteceu, seguindo-nos por toda a nossa vida e repetindo aos ouvidos da nossa alma: “Tu não morrerás jamais em mim!”

Hoje, a saudade em mim já não é dor, mas presença viva. Tenho saudades de Deus, do Céu, do Eterno. Tenho saudade de quem me trouxe Deus por meio de um carinho divino. Tenho saudade de quem já não está perto geograficamente, mas está gravado na alma. Meu livro da vida, tão cheio de poesias e versos, hoje tem figuras, imagens e canções silenciosas. Rastros de um céu que o amor rabiscou em mim...

A Saudade é uma forma de ficar (Pe. Fabio de Melo)

Texto dedicado à Família ORKONTRO – PHN



Com carinho e orações
Roberto Amorim –
11/07/2009 – 23:00h

Perfume de Vida



A vida nos faz maravilhosas surpresas. A vida nos traz presentes improváveis, corações que parecem ser totalmente desnecessários em nossa vida. Puro engano! Deus olha lá de cima e vê direitinho o quão indispensáveis são certas pessoas para nosso crescimento, e insuspeitadamente nos faz tais surpresas. Foi assim que Ele colocou em minha vida a menina chamada Bárbara Rosenburg. Há bem pouco tempo, é verdade, mas a eternidade mora nos instantes que extravasam os limites do tempo, assim como o singelo abraço que dela ganhei no encontro PHN desse ano. Por isso pedi que ela escrevesse pra mim o testemunho de vida dela. Leiam, saboreiem, sintam o perfume de vida restaurada que Deus tem construído na vida dela.


Antigamente eu não gostava de ir à igreja. Quando ia, era obrigada pela minha mãe, chegava lá e ficava contando os segundos para ir embora, conversava a missa inteira e ainda ficava pensando em tudo, menos prestar atenção. Sendo que aqui em casa todos são católicos praticantes, até que meu irmão começou a freqüentar a Canção Nova, nos acampamentos PHN e HOSANA, carnavais e até uma virada de ano. Sempre falava para ele: "- Nossa lá deve ser um porre, ser chato demais, todo mundo rezando o dia todo, é pra mim essa vida não" - e ele sempre falava que eu estava enganada e que no dia que eu fosse, eu mudaria de opinião! Até que um dia tomei coragem de ir, chamei uma amiga, arrumamos barraca e tudo, mas exatamente no sábado do PHN eu ia ter uma prova e não podia faltar."- Ufa, me livrei disso!" Até que chegou janeiro de 2007, chamei outra amiga e fomos. Nem achei tão legal assim, tava vazio, eu não fiquei nas palestras e nem nas missas. Continuei no meu mundinho, fazendo de tudo um pouco, principalmente bebendo muito. Tinha festas de eu perder totalmente a linha e chegar a ficar inconsciente, me entreguei a tentações, aos pecados que o mundo me oferecia.

Veio o meu segundo PHN, em julho de 2007. Ali algo começou a mudar: assisti palestras que mexeram comigo, adorações, conheci pessoas maravilhosas, voltei para Barra Mansa com uma paz, mas só naquela semana, depois voltei aquele mundinho inútil que eu vivia. Comecei a namorar sério, meu namorado era maravilhoso comigo, merecia tudo do melhor e eu não dei a ele isso, vivi num namoro com mentiras e traições, com o passar do tempo descobri que não amava, mais ele fazia tudo por mim continuei nesse engano, não desperdiçava uma chance e o traia. Entreguei-me a ele por prazer e não por amor, mas mesmo com amor estaria errada, afinal, coisas assim só depois do casamento. Enfim, meu namoro acabou, pois ele descobriu minhas mentiras e depois disso sofri bastante, pois vi que nada que fiz valeu a pena, tudo foi em vão! Mais continuei né? A vida continuava, saia todo final de semana, bebia demais, não queria nada com nada, não ia a igreja, brigava com os meus pais diariamente. Bebia muito, me tornei uma pessoa fácil e vulgar demais.

Chegou o PHN 2008 e lá fui eu mais uma vez. Nossa, foi uma benção aquilo. M
inha prima que era Espírita se converteu, foi maravilhoso, e eu estava ali presente *-*. E eu? Já tinha? Não, não mesmo. Voltei do PHN a mesma pessoa “errada” de sempre. Comecei a sair com o meu ex-namorado, fazendo o papel da amante na vida dele, afinal ele namorava outra já e estava satisfeita com aquilo, pois sabia que era o máximo que eu conseguia. E essa era minha vida, saia, bebia, me encontrava com o meu ex, nos satisfazíamos em prazer e pronto, assim foi até depois do carnaval de 2009. Aí vieram as preparações do III Orkontro, comecei a entrar na comunidade e ver aquele povo todo unido, cheguei até comentar com a minha amiga, "- Eu acho que sou a única lá que não freqüenta a Igreja direito" :O. Mas a vida me pregou uma peça: meu pai veio a infartar e ficar no CTI e teve que fazer uma cirurgia, a primeira coisa que fui fazer é pedir para Deus tomar conta dele. Foi ali que eu vi que Deus é tudo em nossas vidas e esse mundo cheio de pecado não era nada. Veio o meu arrependimento e o meu pedido de perdão a Ele. Com isso acontecendo com o meu pai, conheci pessoas maravilhosas que me ajudaram a ver como é bom ser de Deus, pessoas que me ensinaram muito.

Com o PHN 2009 tive minhas certezas num abraço amigo e num carinho. Vi que a Igreja é o meu lugar e lá que eu queria estar e não nesse mundo cheio de pecados. Me arrependi e sei que Deus me perdoou. Então foi graças ao PHN e aos amigos que lá fiz que minha vida mudou, e já na primeira semana pós PHN tive essa certeza, fui em um aniversário de uma amiga e tive coragem de dizer NÃO à bebida e passei a noite feliz, sem beber. Isso já foi uma vitória e agora é só aumentar. Tenho certeza que serei FORTE e CORAJOSA.




Bárbara Soares Rosenburg
09/07/2009

O Ponteiro dos Segundos




Acabei de entrar em casa. A porta estava destrancada como sempre. Eu não gosto de trancá-la mesmo e não há nada para ser roubado. Ou por outro lado o que de fato tem valor em minha casa está tão bem guardado que ladrão algum no mundo pode encontrar. Eu mesmo custo a achar algumas vezes...

Como já é de costume eu levo algum tempo pra me sentir à vontade mesmo em minha própria casa. Sempre que chego, parece-me que algo urgente precisa ser feito na rua e logo me vejo saindo outra vez . Percebo que preciso redescobrir o que diz o poeta: “Quem não tem aonde ir descobre a graça de saber ficar.” Não é fácil, mas sei que consigo se me dispuser a isso. Então, por hoje, eu fico... talvez nem fique por muito tempo, mas começo o exercício. Mesmo que eu demore a aprender, ou que seja difícil, eu sei que preciso.
Não tem comida pronta, mas não estou com fome mesmo. Um copo d’água já é suficiente. Quase sempre eu sinto mais sede do que fome. Aliás, há um certo tempo que não venho à cozinha a não ser pra beber alguma coisa rapidamente e sair de novo. Engraçado porque da porta da cozinha eu vejo o quintal onde eu brincava na infância. E eu gosto de verdade do meu quintal e de lembrar da minha infância, mas eu venho aqui olhar pela porta tão poucas vezes... Normalmente eu só vejo o quintal pela porta da frente, apenas rapidamente quando saio. Raramente eu o vejo inteiro como agora. De qualquer forma já esvaziei o copo e preciso sair da cozinha. Mas eu pretendo voltar aqui mais vezes...
Por fim eu me disponho a ir pra sala e descansar por um tempo, embora eu constantemente ache que não preciso. Mas entendo que é preciso reconhecer que sou humano e preciso repousar às vezes. Então eu tento, me forçando a crer que vou conseguir. Sento-me numa rotunda cadeira de balanço, sem nem mesmo ter vestido algo mais confortável ou caseiro. Nem mesmo lavei o rosto pra retirar os resíduos do mundo exterior. Acho que por isso eu não descanso de verdade. Eu talvez não queira me desligar completamente do mundo lá fora...

O corpo na cadeira não representa muita coisa. Ele não é capaz de aprisionar a mente e forçá-la a descansar também. Enquanto finjo estar quieto e descansando, todo o meu “software” – alma, mente, coração – gira vertiginosamente acompanhando um ritmo de algo maior que eu, que não conheço bem, mas me conforta e acolhe. Tudo isso acontece enquanto meus olhos miram o relógio da parede. Pra falar a verdade, não consigo discernir bem as horas porque nem vejo bem os ponteiros. Ou melhor, eu os vejo em permanente tensão pelo minuto que virá, mesmo sem saber qual será ele. Apenas o ponteiro dos segundos me prende a atenção. Ele é daqueles que andam continuamente, deslizando de um segundo pro outro, sem saltar, em direção ao futuro inexorável que há de se cumprir mesmo que o relógio pare de funcionar ou que eu simplesmente não olhe pro relógio.

Contemplando tudo isso, ouço dentro em mim um eco aparentemente sem sentido, mas que parece dar ritmo ao ponteiro dos segundos:
“Deus é capaz de fazer o que disse que faria”

O ponteiro prefigura a iminente partida que meu coração já vive.
Ele está mais próximo do seu fim último. Em breve eu devo sair de casa.
Mas por hora eu simplesmente estou olhando o ponteiro dos segundos...



Roberto Amorim
17 de junho de 2009
?h - ?min – 15seg.

Polindo Arestas



Todos nós, quando temos nosso encontro pessoal com Jesus Cristo, vivemos um momento singular em nossa vida. É um momento em que se descortina diante de nós toda a alegria de quem encontrou a pérola preciosa de sua vida (Mt 13, 45). É quando nosso coração recebe o vinho novo da Palavra, novos sentimentos começam a brotar no coração, nos pensamentos. Um novo sopro bate lá no fundo da alma, inspirando novas atitudes. Passamos então a viver o que eu costumo chamar de “Lua-de-mel” com Deus. Passamos também a buscar intensamente nossa espiritualidade, os sacramentos, deixamos uma série de atitudes que já não condizem com o novo que passamos a viver. É quando somos de fato resgatados por Deus e iniciamos nosso processo de conversão.

Não há palavras que descrevam o quão maravilhoso é viver este momento. Sentir-se transformado por Sua Presença em nós é essencial para que de fato optemos pela vida nova em Cristo. Experimentar concretamente a tão falada alegria que não passa nos enleva, nos dá coragem para enfrentar as barreiras que virão neste primeiro momento da vida com Deus. Ao mesmo tempo, toda essa alegria, se bem orientada numa vivência de fé consciente e madura, ao invés de nos alienar, torna-se um resumo de toda a felicidade que há de pontilhar nossa vida, mostrando-nos o que nos espera no Céu.

Inicia-se então uma nova história. A vida com Deus vai nos envolvendo o coração, a alma... Ter encontrado essa vida nova vai pouco a pouco desenhando uma nova meta para nossa vida. Ou melhor, vamos enxergando com mais clareza o que Ele tem para nós. Vai então surgindo a inspiração de uma segunda conversão, mais intensa, mais intima, mais próxima Dele. Esse mesmo Deus que nos resgatou de um mundo de vícios e pecados começa a lapidar as arestas do diamante que existe em nós. Tirar a casca grossa que envolvia nosso coração não foi tão difícil afinal. Agora, porém, as pequenas arestas e pontas de pecados que há em nós serão harmonizadas, lapidadas. E então vamos dia a dia nos deparando com os toques finais que o Artista fará em sua obra. Constantemente vamos encontrando aqueles cacos que ainda precisam ser polidos ou mesmo lascados na pedra para que tomemos a fôrma correta. Mas qual será essa fôrma?

Tenho por certo, embora não conheça a fundo o oficio de escultor, que o estado mais delicado na composição de uma obra de arte é justamente o dos retoques finais, pois é aí que a peça vai tomando a forma característica do artista que a construiu. E na delicadeza deste momento torna-se ainda mais latente e visível o amor do artesão pela peça que constrói. Ao mesmo tempo o artista se esmera de tal modo na feitura de sua peça que passa a consumir-se no capricho com que deseja ornar sua criação.

Essa é a dinâmica da nova conversão que Deus nos conduz a viver. Tal qual o fundidor de prata passa horas, dias, meses purificando a prata bruta numa fornalha, assim Deus age conosco. E causa uma imensa admiração, e faz vibrar a alma saber que o sinal de que a prata já está realmente purificada é o fato de que ao olhar para a prata, o fundidor vê nela sua própria imagem refletida.

Confesso que a inspiração para refletir sobre esta passagem bíblica surgiu não da convicção de que já estivesse abalizado o suficiente para falar de conversão. Antes, foi um apelo interior de Deus, mostrando-me o quanto ainda preciso me deixar transformar naquelas realidades que para mim nem parecem pecado, mas que são arestas e pontas que ainda desarmonizam aquilo que sou daquilo que quero ser. Não me adiantará arrancar grandes árvores se também as raízes entranhadas em mim não forem desenterradas.

A reflexão aqui proposta serviu como uma partilha e mesmo como uma automedicação. Sinto que Ele quis falar muito mais a mim mesmo do que a todos quantos possam vir a ler este texto. Quero tal qual São Paulo, por meio de uma busca sempre mais intensa do Seu Amor, refletir constantemente Sua Face no dia a dia, a ponto de poder dizer: “Eu vivo, mas já não sou eu. É Cristo que vive em mim!” (Gal 2,20)


Com carinho e orações
Roberto Amorim
18/05/2009

E Deus te Fez Mulher...


Tudo parecia já estar completo e definido. O Divino Artesão, inflamado de Amor, contemplava sorrindo toda a Sua Criação e via que tudo era muito bom. Fontes de água cristalina, bosques com as mais frondosas árvores, céu azul e estrelas pontilhando as noites imemoriais do principio dos tempos. Tudo brotara do Seu Coração de Pai, tal quais raios e trovões de amor e misericórdia nascem de nuvens carregadas do Amor Divino. O Sonho do Criador estava pronto e maravilhava Seus Divinos Olhos! E coroando a criação sua mais preciosa e predileta obra, feito à Sua imagem e semelhança. Dentre toda a Criação, o único ser que receberia a estatura de FILHO: O HOMEM!

Ora, o Divino Artista tem coração de Poeta, e nesta aguda e divina sensibilidade, percebeu uma pontinha de solidão que precisava ainda ser colorida com Seu Amor. E tendo feito adormecer o varão e com um lindo sorriso antevendo a surpresa que lhe faria, tira de Seu Coração toda a delicadeza que pode e da costela do Homem o material humano com que adornaria primorosamente a pintura da Criação. E dos delicados canteiros de Sua Divina Inspiração, ornada de artísticos contornos, plantou na terra a sua mais bela flor. E DEUS FEZ A MULHER!

Creio que no fundo do coração de Deus não havia outra intenção ao criar a mulher que não fosse inserir na história Sua Ternura e Delicadeza divinas por meio da personalidade feminina, sem fazer disso um sinal de fraqueza ou pieguice. Deus fez a mulher não fraca, mas frágil. E todos sabemos que na verdade as coisas mais frágeis são normalmente as mais valiosas. Na identidade feminina reside o mistério da força e formosura divinas que se nos revelam em tantos detalhes, de modo especial no dom da maternidade. Que presente do céu para as mulheres poderem ser celeiro da inspiração do Pai, sendo guardiãs e colaboradoras do Dom da Vida!


Ainda que nos tempos modernos a imagem feminina seja tão violentada, vulgarizada, posta num caldeirão de indignidades próprias de uma sociedade que não enxerga o valor do ser humano, saibamos que nos lábios do Senhor a palavra “MULHER” é um título. “Mulher” Ele chama àquela que entre a multidão que o espremia nas ruas da Galiléia foi a única que se atreveu e a tocá-lo. Impelido a olhá-la nos olhos, declarou firmemente: “Mulher, a tua fé te salvou!”. E também a ressurreição, o grito de que a tumba estava vazia foi dado corajosamente em primeiro lugar pela voz feminina.


E se tão somente em tudo isso o Deus Todo Poderoso já não fez da mulher um ser de altíssima dignidade, desejou Ele mesmo vir ao mundo pelo ventre puríssimo de uma mulher especial. Reservou a si mesmo a mais especial das Flores para ser Sua Mãe, aquela que mereceria de fato o titulo de A MULHER! Se o Deus Eterno e Absoluto desejou ser abrigado no ventre feminino, que maior dignidade é necessária dizer da natureza feminina?


Que essa reflexão, inspirada ao meu coração por Aquele que as criou possa ser para cada menina, cada senhora, cada jovem, cada MULHER um recado da parte do Senhor! Que saibam o quanto Deus as ama e o quão especiais são na história da salvação. O teu valor de mulher não está fora, mas dentro de ti mesma. Tua dignidade está em saber-se amada por Deus e por isso mesmo o valor que tens é justamente o valor de Princesas, filhas do Rei dos Reis!


Dedico este texto a todas as filhas de Deus, especialmente às minhas irmãs PHN, sinais maravilhosos do carinho do Senhor por nós, homens de Deus.


Com carinho e orações
Roberto Amorim