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Diversão no Carnaval

Divertir-se é muito bom. Quem não gosta? A diversão revigora as nossas forças e quando é realizada em companhia dos demais nos torna mais generosos e mais sociáveis. Aproximam-se dias maravilhosos para a diversão, os do carnaval. O ócio também é educativo quando bem vivido. Já Santo Tomás de Aquino, e antes dele Aristóteles, falava da virtude que põe o justo meio entre a relaxação no lúdico e a seriedade excessiva, trata-se da virtude da eutrapelia. A “pessoa eutrapélica” é a pessoa bem orientada nas diversões, com boa agilidade e que conserva a elegância do espírito também nos momentos lúdicos. Os santos são exemplos de pessoas eutrapélicas. S. Felipe Neri e S. João Bosco são conhecidos, entre outras coisas, pelo bom humor; S. Josemaría Escrivá costumava dizer que em 1928, quando fundou o Opus Dei, tinha “somente vinte e seis anos, graça de Deus e bom humor”; de S. Tomás Moro parece que se populariza cada vez mais a sua oração para pedir o bom humor; também o futuro beato, João Paulo II, é muito conhecido pela sua alegria, bom humor e jovialidade. A santidade sempre é alegre e divertida, tem rosto amável e por isso atrai.
A eutrapelia é uma virtude que se enquadra dentro da virtude da modéstia, que por sua vez é parte da virtude da temperança. Diz Santo Tomás que a virtude, essa força habitual para realizar um bem determinado, tem a ver com duas realidades: em primeiro lugar diz relação aos vícios contrários que exclui e as concupiscências que refreia; em segundo lugar, diz relação ao fim que pretende alcançar. E, no que diz respeito aos vícios e as concupiscências, a virtude – continua S. Tomás – é mais necessária aos jovens dado que nesse período encontra-se neles a concupiscência deleitável devido ao fervor da idade, ao fogo da paixão (cfr. S. Th. II-II, q. 149, a.4c).
A pessoa humana não aguenta trabalhar o tempo todo e nunca descansar. É necessário que de tempos em tempos descansemos. Se esticarmos uma corda e a deixarmos tensa durante muito tempo, não aguentará, se partirá. Não podemos viver numa tensão permanente; se assim fosse, nos quebraríamos. É muito importante que nos entreguemos às diversões, aos jogos e às festas, nas quais se busca o prazer que nos faz descansar. Logicamente, essas diversões, jogos e festas, deverão ser conforme a reta razão, pois devemos ser virtuosos aos divertir-nos, com autêntica eutrapelia.
Atuar com excesso nas diversões mostra que o apetite do que se diverte é desordenado, fora da ordem da razão. São Paulo adverte: “nada de obscenidades, de conversas tolas ou levianas,porque tais coisas não convêm; em vez disto, ações de graças. Porque sabei-o bem: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento – verdadeiros idólatras! – terá herança no reino de Cristo e de Deus” (Ef 5,4-5) . “Scurrilitas”, em latim, e “eutrapelia”, em grego, são as palavras originais que em português são traduzidas por “conversas levianas”. Não obstante, essa eutrapelia da qual fala S. Paulo não é a eutrapelia da qual falávamos acima, mas das “conversas levianas”, isto é, na linha do excesso do espírito lúdico. Se não há excesso, se o jocoso é usado para relaxar um pouco das tensões do cotidiano, se a diversão não é tomada como um fim em si mesmo e se são diversões que não ofendem a Deus, não só é lícito entregar-nos aos prazeres das diversões, mas é também muito aconselhável.
No entanto, brincar o carnaval com sentido cristão e, por tanto, também humano, não é fácil. É possível se há organização: em família e com amigos responsáveis. Nesse sentido, alguns movimentos da Igreja Católica, máxime a Renovação Carismática, tem o costume de organizar eventos de oração e de encontro durante esses dias. Trata-se de uma iniciativa assaz louvável. Cada família, cada grupo ou associação poderia, com criatividade, encontrar maneiras de divertir-se à beça, fraternalmente e aproveitando o tempo para viver essa dimensão tão humana e tão cristã, a alegria. Logicamente, não é necessário que seja um encontro de oração. Poderia ser também. O importante é aproveitar para que tenhamos momentos alegres com os outros através de encontros amigáveis, educados e respeitosos dos bons costumes. Também é importante que haja um bom almoço e – por que não? – um futebolzinho ou algo semelhante.
Há poucos dias, estive conversando com um amigo sobre um tema típico de ciência-ficção: o que aconteceria se, por pouquíssimo tempo, a gravidade dos corpos deixasse de existir em toda a terra? Parece-me que acabamos por concluir, não de uma maneira científica, mas intuitivamente, de que seria o caos.
Se os objetos deixassem de atrair-se teríamos um espetáculo assombroso e não desejável de ver-se: carros, a 120 km/h, que de repente se elevam no ar e, sem direção, vão a qualquer parte; pontes que poderiam soltar algumas junturas e sair do seu lugar habitual; pessoas que, em seu passeio vespertino, se veem sem um ponto de referência; restaurantes com todos os produtos alimentícios nos ares, as cadeiras com os seus clientes suspendidos a 1m e o caldo das panelas saindo das mesmas e caindo na cabeça do primeiro que encontrar, ou melhor, sem gravidade o caldo também poderia “cair para cima”. Seria uma loucura! O que aconteceria com as águas dos oceanos, com os incêndios que estão acontecendo agora mesmo, com os icebergs, com os aviões que estão em plena pista já no ponto de decolagem, com cantores e artistas em geral em suas apresentações, com … ? Agora, imagine só, tudo isso por um minuto. Depois desses 60 segundos… tudo voltaria ao normal? Certamente que não. O carro que estava a 120 km/h, quando a gravidade voltasse, onde estaria? Não na ponte, provavelmente, mas no rio; os que estavam para atravessar uma ponte, onde estariam? E os aviões? E?
Não adianta fazer um montão de barbaridades, pensando que quando chegar a Quaresma tudo vai se arrumar. Isso é ilusão! “No coração dos homens, Deus tem sido colocado aos pés de Satanás”, dizia G. K. Chesterton. “Depois me converterei”, poder-se-ia pensar. No entanto, ninguém poderia garantir a alguém que pensasse assim que na quarta-feira de cinzas tal fulano ainda estaria vivo. Deus sempre nos perdoa, nos restaura, mas, sem dúvida, os vícios contraídos em momentos de farra, deixam a sua gosma nojenta.
“Em toda parte os malvados andam soltos, porque se exalta entre os homens a baixeza” (Sl 11,8). Esse versículo do salmo bem poderia aplicar-se a algumas manifestações carnavalescas. Já que entre os homens se exalta a baixeza, e não preciso pensar muito para concluir que é assim mesmo, os malvados andam soltos e continuam disseminando as suas tresloucadas ideias. Aos retirar os valores tidos como tais e trocá-los pelos falsos valores, vê-se o assombroso resultado: crianças que perdem a inocência, adolescentes e jovens semelhantes a bestas que não conseguem submeter as paixões à razão e à vontade, famílias que se desintegram. A lei da gravidade dos costumes está desaparecendo! E o que acontecerá?
Não percamos a gravidade de filhos de Deus. Vamos divertir-nos, e até dar gargalhadas, mas o faremos sempre dentro da virtude e do sentido que temos da nossa filiação divina. Tenhamos sempre em alta estima, em meio às nossas diversões, virtudes como a sobriedade no uso dos alimentos e das bebidas, amor à santa pureza e ao pudor, a honra à palavra dada, a generosidade na escuta e no serviço aos outros. Tudo isso é eutrapelia. Não se trata de ser chatos nem relaxados, mas de ser santos fazendo com que seja amável e alegre o caminho da santidade. Na presença de Deus, todos nós teremos um bom carnaval, divertido e normal, com eutrapelia e amor de Deus. Bom carnaval, então!


Pe. Françoá Costa

O Valor da Vida


             Vez por outra eu me percebo trazendo à memória uma das coisas que já ouvi minha mãe falar inúmeras vezes, e com o tempo fui percebendo o óbvio: as mães sabem muito mais do que ousamos supor. À medida que fui amadurecendo, à medida que fui passando à idade adulta, fui percebendo o quanto faz sentido acreditar que o ser humano é a mais bela criação que já pisou este planeta. E de acordo com o milenar conceito da filosofia grega, tudo o que é belo, é necessariamente bom e verdadeiro. Tudo o que é belo, bom e verdadeiro torna-se então, de algum modo, reflexo de uma transcendência imanente, ou seja, tem em sua natural limitação e finitude, rastros, pedaços de uma beleza que está alem do que os sentidos conseguem captar. Bem, creio que tal é a beleza que adorna a vida humana, e penso também não estar errado ao supor que a maioria das pessoas comunga dessa ideia.

                Se olharmos para a existência humana de uma maneira geral, podemos cair na tentação de achar que o homem não deu certo como um todo, dadas as atrocidades que cometeu contra si mesmo ao longo do tempo. Entretanto, assim como só se pode apreciar um quadro atendo-se aos detalhes, se mirarmos as delicadezas que adornam o homem e toda a sua trajetória humana, de modo particular as minúcias e caprichos dos seus processos humanos mais simples, veremos que não caberá em palavras a majestade que orna a vida de todo homem.

               Pergunto-me se essa beleza toda está oculta aos olhos de tantos que hoje em dia teimam em desrespeitar de modo absurdo esse dom tão excelso que somente a nós compete apreciar... Pergunto-me também se tais pessoas não têm a sensibilidade de perceber que todo o mal que se comete contra qualquer homem é um sangrento rasgo que dá em sua própria alma; é uma chaga que afeta diretamente a beleza que herdamos da eternidade da qual viemos. Parece-me que o homem, ainda que não compreenda o seu real valor, o imensurável tesouro que é, ao menos intui a respeito disso, e assim tenta colocar sob sua tutela o poder decisório sobre a vida que tem. Vida essa que, ainda que terrena e finita, traz em si uma inexplicável faísca de eternidade. Sim! Mesmo ao descrente, ao cético, àquele que em nada crê de transcendente, a ideia de término do elã vital consome de medo e angústia sua existência. Ver-se impotente diante do fim da vida mostra-nos que nosso próprio ser clama por algo que não conhecemos, mas que a vida que em nós habita é muito maior do que nosso coração tem capacidade de conter. O instinto humano, ainda que observado somente nos seus aspectos mais primitivos, mais animalescos, clama pela eternidade na qual não crê. É curioso notar que os crimes que hoje se cometem contra a vida são na verdade uma espécie de tentativa desesperada do homem controlar algo que está muito alem de sua capacidade intelectiva. O homem, ao mesmo tempo que anseia descobrir o valor e sentido completo de sua vida, tentando controlá-la, a destrói, pela ambição de ter em suas mãos o poder e o valor que a existência possui. Parece-me que tenta possuir aquilo em que sua existência está inserida. Tenta possuir aquilo que é, mas não o alcança; tão transcendente é sua existência que não lhe cabe nas mãos, no peito, no coração... A vida que busca dominar o domina, por força de seu valor tão supremo, tão indescritível.

               Assim, como não enxergar que não há preço para esse dom? Como querer enjaular numa espécie de qualificação a única realidade que está intrinsecamente para alem de toda e qualquer caracterização? Não há preço que se possa dar para o que não nos pertence. A vida humana sempre estará acima de qualquer tipo interesse, mesmo os mais honestos. Por outro lado, não pode haver interesse sinceramente honesto quando descarta e desconsidera que acima de si pulsa uma vida a qual não compramos, não fomos buscar, pela qual não pedimos. Pulsa uma vida maior, que nos é dada por dom e graça divina. Como já disse não se pode dar preço ao que não possuímos. Entretanto, a beleza da vida está justamente no fato de que não somos possuidores de tal tesouro, mas a ele pertencemos, e assim desfrutamos gratuitamente desse valor inominável.

               Contemplemos com gratidão o valor que temos em nós, nossa vida, nosso ser de modo total e o ser alheio. Não creio que seja obra do acaso todos os sentimentos maravilhosos que habitam em nós desde os tempos imemoriais.

               Somos doces reféns do imenso valor que habita em nós...

Roberto Amorim
19 de fevereiro de 2011

20 Maneiras para as Moças Reivindicarem o Respeito que Merecem.

Recebi por email este texto e decidi publicá-lo aqui, dedicando-o a todas as mulheres de um modo geral, especialmente àquelas que ainda não enxergaram o imenso valor que têm. Espero que sirva de reflexão e inspiração, e que despertem para a verdade de que a dignidade feminina está tão somente no ser feminino, e não no que a mídia contemporânea tenta lhes fazer acreditar. Com carinho e orações a todas as minhas irmãs em Cristo Jesus.





1Vista-se de forma apropriada a sua dignidade. Como diz a incrível pregadora sobre castidade, Crystalina Evert:"Não ande por ai mandando mensagens de que seu corpo é a melhor parte de você - implicando que seu coração, seus pensamentos e sua alma não sejam importantes. Ao invés disso, desperte com a sua modéstia, o desejo de conhecerem-na melhor."

2Recuse dormir com um homem antes de ter o anel de casamento em seu dedo. SE ELE REALMENTE TE AMAR, irá esperar. Esse respeito, tanto o respeito que você deve ter por si, e o respeito do rapaz por você, irá te levar ao casamento um dia.

3Não use camisas deploráveis com mensagens do tipo: "Quem precisa de um cérebro quando se tem isso!?". Pare de comprar em lugares que vendam coisas como esta. Não vista calças ou shorts que tenham algo escrito em sua parte inferior, ao menos que seja o lugar para o qual deseje chamar a atenção de todo par de olhos que olhem para você.

4MANTENHA SEUS PADRÕES ALTOS. Um homem de verdade subirá para atender seus padrões, mais se você diminui seus padrões por causa dele, irá se lamentar muito, e este rapaz não se verá desafiado a ser um homem melhor. Você pode estar desencorajada, mas existe homem assim. Eles passam assim como você por momentos difíceis, por buscarem viver puros em um mundo tão impuro. E talvez um deles esteja enfrentando uma dura batalha agora por você, então não desanime-o. REZE por ele.

5Ore para ser mais parecida com Maria. Existe alguma mulher mais linda e digna que a Mãe de Deus? Reze três ave-marias por dia para purificar seus pensamentos, seu corpo e seu coração.

6Reprima qualquer homem que a olhe ou a toque de forma inadequada. Em vez de rir disso, firmemente(mas de maneira respeitosa e de preferência em particular) deixe ele saber que isso é completamente inaceitável. Você estará fazendo a ele e a ti um grande favor.

7Não deixe-se enganar pela falsidade da mídia em dizer que a perfeição física é possível e necessária.

8Não freqüente lugares onde mulheres(ou homens) são colocados em exposição para atrair clientes.

9Permita que o rapaz seja um cavalheiro. Enquanto ele segura a porta ou puxa sua cadeira com um espiríto puro, ele não estará dizendo que você não é capaz de fazer isso. Ele quer dizer que você é tão especial que a quer honrar com suas ações.

10- Evite roupas(mesmo de baile, vestidos ou maios) que parecem ser feitas com o propósito de permitir a um homem que não seja seu marido apreciar a vista do seu corpo. Deus o fez extra-especial e não deve ser visto por todo mundo.

11Faça uma oração toda vez que ver uma mulher vestida impropriamente, seja pessoalmente ou na TV, etc. Reze para que ela reconheça seu verdadeiro valor. E reze para que os homens não sejam desviados por ela.

12Trate qualquer pessoa que conhecer com respeito. Não deixe que a sua gentileza e atenção dependa da popularidade ou beleza da outra pessoa(homem ou mulher). Se for assim, você poderá perder relacionamentos lindos e surpreendentes.

13Seja AUTÊNTICA. Existirá apenas uma igual a você por toda a eternidade , e existe um vazio que somente você pode preencher. Seja você mesma sem medo. Sua autenticidade será uma qualidade notável e fará que os outros a respeite. Santa Catherine de Siena disse uma vez: "Se você é o que você deveria ser, você irá colocar o mundo em chamas."

14Trate seu corpo como templo do Espírito Santo. Jesus te comprou com o preço do seu sangue derramado no Calvário. Não desperdice esse presente supremo degradando seu corpo nas drogas, álcool, ou vivendo o sexo fora do casamento. Tome cuidado para não expor-se em situações que fará algo que se arrependerá depois.Álcool torna-a vulnerável, e existem muitas garotas que foram abusadas sexualmente tanto porque optaram por uma bebida, ou porque tiveram uma substância posta em seu copo. Por favor, não pense que isso não possa acontecer com você.

15Não acredite nas mentiras. Satanás e o mundo irão sussurrar muitas delas em seus ouvidos.(Você deve perder mais 5 quilos para que ele possa te convidar para sair. Seus pais não entendem NADA. Você não é boa o suficiente para ser amada) Soa familiar?

16Seja a mulher que Deus a fez pra ser. Trabalhe suas virtudes como gentileza, paciência, e coragem. Como diz Provérbios 31: "O charme é enganador, e a beleza é passageira, mas a mulher que teme a Deus merece louvor."

17Mostre ao mundo que modéstia não é desarranjo. Que você pode se vestir lindamente E ser modesta.Isso talvez dê um pouco a mais de trabalho, mas não deixe ninguém a dizer que isso não é possível.

18Seja grata por ser mulher! As mulheres possuem dons incríveis, e você certamente possui qualidades e talentos únicos. Glorifique a Deus desenvolvendo e usando os dons que recebeu.

19Seja um exemplo para todas as jovens moças que conhece - irmãs, primas, e vizinhas. Elas desejam algo melhor que o mundo oferece, e dependem de você para modelarem nelas a verdade e a verdadeira beleza.

20Mais importante do que tudo, faça de Jesus seu Melhor Amigo. Ele é o único que é fiel sempre, e Ele irá encorajar você com seu esforço a se levantar e exigir respeito. Ele irá te dar a força para se tornar quem ele a criou pra ser, e Ele irá te levantar toda vez que você cair.

Amor só se paga com amor

Não é de hoje que acredito que cada um de nós traz dentro de si um canto de amor, uma palavra de vida, um instante de catarse e eternidade que devemos deixar despontar de vez em quando. Quando temos a coragem de assumir medos e fraquezas, essas realidades tornam-se luz em nossa vida e na vida de outros. Assim é o texto que Deus inspirou ao coração de um grande amigo, que aqui deixarei com vocês. Muito sentimento, muita pureza, muita simplicidade. Muito "teresiano" (rsrs). Muito cheio de vida, muito cheio de Deus. Leiam, saboreiem e vivam. 

L'amour ne peut être remboursé par l'amour
(Amor só se paga com amor).
Dans le coeur de l'Eglise, ma mère, je t'aime
(No coração da Igreja, minha Mãe, serei o amor)

Santa Teresinha

José Luiz Alves de Carvalho
Há muito tempo eu fui convidado a escrever neste Blog. Preguiça, comodidade e falta de inspiração nunca me deixaram sequer ler algum artigo que meu amigo, Roberto, com tanto esmero nos presenteia a cada vez que posta em seu blog.

Com essa frase de Santa Teresinha eu quero iniciar esse artigo fazendo uma reflexão de até onde cumprimos o mandamento do Senhor.  É tão difícil para mim dizer TE AMO. Parece ser uma frase simples. Estou cansado de escutá-la em músicas, textos, novelas. Na verdade, acredito que o fato de ler, cantar e assistir essa frase é muito fácil. Vivê-la e praticá-la é que se torna difícil, mas não impossível.

No início deste mês, estudando para mais um projeto teatral da Paróquia, estava lendo o livro “História de uma alma” a história de uma “florzinha branca” que viveu no Carmelo de Lisieux. Maria Francisca Teresa Martin, ou como é conhecida Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face. Lendo este livro, comecei a aprender um dos mais belos caminhos para se chegar ao Coração Misericordioso de Jesus. Amando e sofrendo, sofrendo e amando, Teresa nos ensina e nos conta o quão bom e agradável é amar.

Eu sou uma pessoa que tem diversas limitações, complexos, mimos. E aos poucos estou aprendendo a crescer e ficar independente na fé e na vida. Tantas coisas já aconteceram comigo, tantas brigas em família, entre amigos. Perdas de amigos que doem até hoje...  Meus pré-conceitos para com as pessoas, que tanto atrapalham meu desenvolvimento como um cristão melhor. Tudo isso porque (hoje percebo) eu NUNCA amei de verdade. Nunca amei a minha família, nunca amei os meus amigos (que perdi...) e lendo os escritos de Teresa, eu me fiz uma indagação: Será que eu estou amando de Coração ao meu Senhor?

Amar o que nos agrada é muito bom. Mas a perfeição do amar é justamente manifestar esse amor por aquilo que nos desagrada... Amar aquilo ou aquele que nos incomoda. Amar a quem não gostamos ou aquilo que não gostamos.

Não pensem vocês que isso é um exercício fácil. É diário, temos que praticá-lo a cada segundo. Olhando as Linhas de História de Uma Alma, eu pude perceber o quão covarde eu sou. Pude perceber que eu não amo nem o que eu gosto e nem o que eu desgosto.

A nossa vida é muito curta e acabamos perdendo tempo com o que realmente não importa. Amados, nós só podemos pagar o amor que nos é dado com amor.

Amor no olhar, no sorrir, no agir, no pensar. Pagar amor com amor é fazer a diferença daquilo que é uma “rotina” para você.

Se em seu grupo, escola, casa, trabalho, Igreja, há alguém com quem você não fala ou simplesmente ignora, AME-O.
Alguém que te fez mal, falou mal ou foi desonesto com você em alguma situação e só quis se aproveitar de você, AME-O.
Se sua família não te dá apoio, não comunga da mesma fé que você, ao invés de te ajudar a caminhar te derruba, AME-OS.

O Senhor nos amou tanto que doou a sua vida por cada um de nós. Ofereça esse exercício pela tua salvação e pela salvação dos seus.

Não são todos os dias que estamos de sorriso nos lábios distribuindo amor a todos, mas tenha no seu coração o verdadeiro desejo de ser uma pessoa melhor... De amar e com amor pagar o amor que recebemos.

Foi através deste exercício espiritual que Teresa conseguiu chegar à plenitude do amor que é a Santidade. Conquistando o seu definitivo lugar na eterna contemplação da sagrada Face de Deus Todo Poderoso.

Agradeço a Deus todos os dias por me proporcionar a oportunidade de MUDAR , de AMAR. Pelo menos estou tentando. Vivendo um PHS (Por hoje sim, Por hoje eu vou AMAR) 

Santa Teresinha
“Ó Jesus, como posso dizer a todas as almas pequeninas o quanto é inefável a tua condescendência...  sinto que, embora seja impossível, se tu encontrasses uma alma mais fraca, menor que a minha, terias prazer em cumulá-la de favores ainda maiores, caso ela se abandonasse com inteira confiança à tua misericórdia infinita.

Mas por que desejar comunicar teus segredos de amor, ó Jesus.
Não foste tu quem os ensinaste a mim e não podes revelá-los aos outros?... Sim, sei, e te suplico para fazê-lo, te suplico que abaixes teu olhar divino sobre um grande número de almas pequeninas...

Suplico-te escolher uma legião de pequenas vítimas dignas do teu AMOR!”
(Santa Teresinha do Menino Jesus)

Que Deus esteja conosco e que estejamos com ele.
 José Luiz Alves de Carvalho.

P.S.: Minha Cordial saudação ao dono deste Blog que para mim é a metade de minha alma... Como diz Santo Agostinho, a Metade de nossa alma é um Bom amigo... Deus te abençoe e te guarde... e Nunca se esqueça... “Eu estou aqui...”

A Vida da Arte Está na Arte da Vida


                           Primeiro chega aos ouvidos uma seqüência de acordes inspirada, bem encadeada, feita com o esmero de um autêntico artesão que toma nas mãos a matéria bruta de sua arte, dando-lhe forma e polindo arestas, lapidando pontas, retirando os excessos por trás dos quais se oculta já latente a beleza da obra de arte. Vem a melodia, que em sua linearidade vai desenhando no silêncio uma rota de pegadas que seguirá até os ouvidos e coração dos ouvintes, e daí os levará à contemplação, reflexão, alegria...


                De repente, vêem-se corpos que se movem acompanhando o ritmo, dando corpo à inspiração melódica. Corpos que se jogam no ar, giram, bailam, encantam. Fundem-se de tal forma à música que parecem gerar os sons a partir dos movimentos que realizam. Parecem corpos feitos de música! Os ouvintes e espectadores percebem em meio a tudo isso um discreto algo mais. Os olhos dos cantores, músicos, bailarinos... Artistas do Senhor transmudam-se, brilham fulgurosos, transmitem mais do que uma mensagem, mas uma Presença que envolve cada um dos que executa ou contempla a arte. Uma presença que os transfigura, e numa celeste dinâmica, atinge o coração do artista e ricocheteia lá dentro, espargindo-se por meio da arte bem executada a todos os presentes, espalhando em cada coração as sementes de uma vida nova. A esta força, Presença, ou seja lá o que for que se sinta, damos o nome de UNÇÃO, presença viva de Deus nos dons humanos postos a serviço do Reino. Mas de onde vem essa força artística, essa unção? Ou, de outro modo, onde reside? Onde ela se encontra quando não se faz tão sensivelmente manifesta? Será que some ou abandona o artista, de modo que faz dele somente sua “montaria de combate”?

                É certo que esta unção divina presente na alma do servo pode traduzir-se de mil formas e apresentarem-se como outras tantas inspirações artísticas. Ao mesmo tempo, traz em si toda uma realidade de transformação da vida condensada em forma de potência. É o mistério de que tudo que pode vir a ser, já o é em suas potencialidades. Esta unção gera vida, e ela mesma nasce e cresce na vida do artista. Cresce e toma corpo não apenas no zelo e carinho pelo dom artístico, mas brota numa vida que vai pouco a pouco se pontilhando de nuances de uma beleza artística no dia a dia. Brota no processo artesanal de toda hora, na alquimia que se faz da dor que se sente. Dor de tantas vezes esquecer-se por causa da obra e da missão, dor da solidão interior que se possa estar vivendo. Esta unção brota do processo salvífico de querer configurar-se ao Senhor. Tanto quanto da violência da Cruz jorrou a redenção humana, da dor do artista brotam as sementes que darão vida nova a tantos quantos os virem e ouvirem e ao próprio artífice da obra. Para que o doce vinho pudesse deleitar o paladar dos reis foi necessário o suor do camponês que colhesse as uvas!

                Aprendamos nós, artistas do Reino, q fazer na arte da vida uma canção, ballet, atuação, poesia que ateste uma realidade nova, mas já existente em nosso coração. Transfigurar nossa limitação humana por um amor sempre crescente pela obra de Deus e pelo Deus da obra, lembrando sempre: O Céu começa nas pedras!

Paz e Música
Roberto Amorim