Primeiro chega aos ouvidos uma seqüência de acordes inspirada, bem encadeada, feita com o esmero de um autêntico artesão que toma nas mãos a matéria bruta de sua arte, dando-lhe forma e polindo arestas, lapidando pontas, retirando os excessos por trás dos quais se oculta já latente a beleza da obra de arte. Vem a melodia, que em sua linearidade vai desenhando no silêncio uma rota de pegadas que seguirá até os ouvidos e coração dos ouvintes, e daí os levará à contemplação, reflexão, alegria...
De repente, vêem-se corpos que se movem acompanhando o ritmo, dando corpo à inspiração melódica. Corpos que se jogam no ar, giram, bailam, encantam. Fundem-se de tal forma à música que parecem gerar os sons a partir dos movimentos que realizam. Parecem corpos feitos de música! Os ouvintes e espectadores percebem em meio a tudo isso um discreto algo mais. Os olhos dos cantores, músicos, bailarinos... Artistas do Senhor transmudam-se, brilham fulgurosos, transmitem mais do que uma mensagem, mas uma Presença que envolve cada um dos que executa ou contempla a arte. Uma presença que os transfigura, e numa celeste dinâmica, atinge o coração do artista e ricocheteia lá dentro, espargindo-se por meio da arte bem executada a todos os presentes, espalhando em cada coração as sementes de uma vida nova. A esta força, Presença, ou seja lá o que for que se sinta, damos o nome de UNÇÃO, presença viva de Deus nos dons humanos postos a serviço do Reino. Mas de onde vem essa força artística, essa unção? Ou, de outro modo, onde reside? Onde ela se encontra quando não se faz tão sensivelmente manifesta? Será que some ou abandona o artista, de modo que faz dele somente sua “montaria de combate”?
É certo que esta unção divina presente na alma do servo pode traduzir-se de mil formas e apresentarem-se como outras tantas inspirações artísticas. Ao mesmo tempo, traz em si toda uma realidade de transformação da vida condensada em forma de potência. É o mistério de que tudo que pode vir a ser, já o é em suas potencialidades. Esta unção gera vida, e ela mesma nasce e cresce na vida do artista. Cresce e toma corpo não apenas no zelo e carinho pelo dom artístico, mas brota numa vida que vai pouco a pouco se pontilhando de nuances de uma beleza artística no dia a dia. Brota no processo artesanal de toda hora, na alquimia que se faz da dor que se sente. Dor de tantas vezes esquecer-se por causa da obra e da missão, dor da solidão interior que se possa estar vivendo. Esta unção brota do processo salvífico de querer configurar-se ao Senhor. Tanto quanto da violência da Cruz jorrou a redenção humana, da dor do artista brotam as sementes que darão vida nova a tantos quantos os virem e ouvirem e ao próprio artífice da obra. Para que o doce vinho pudesse deleitar o paladar dos reis foi necessário o suor do camponês que colhesse as uvas!
Aprendamos nós, artistas do Reino, q fazer na arte da vida uma canção, ballet, atuação, poesia que ateste uma realidade nova, mas já existente em nosso coração. Transfigurar nossa limitação humana por um amor sempre crescente pela obra de Deus e pelo Deus da obra, lembrando sempre: O Céu começa nas pedras!
Paz e Música
Roberto Amorim
Meu amor!
ResponderExcluirAdorei! Que Deus continue a lhe inspirar sempre!
Te adoro!
Bjbjbjuuuuu
Carina
Muito bom! Inspirador! Baafo! Rs..
ResponderExcluir=)
Lack
Muito bom Beto, sem comentários
ResponderExcluirQue Deus possa cada vez mais te usar para nos enviar essas mensagens belíssimas
De seu amigo
Renan
Realmente é uma verdadeira inspiração de Deus!
ResponderExcluirSimplesmente lindo...
Manuele.