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Amar é uma Decisão...

Não sei ao certo quão intensos podem ser os sentimentos na vida das pessoas. Aliás, mesmo na minha vida não estou bem certo disso também. Acho que na verdade não acredito muito que sentimentos possam ser intensos porque creio que não combinam entre si as duas palavras. Em minha opinião – que nem é pra ser considerada tanta coisa assim – sentimentos não tem muito a ver com intensidade. INTENSO me lembra TENSÃO. Sentimentos são profundos e as paixões sim são intensas. E por isso, efêmeras. Algo muito IN-TENSO não pode, portanto permanecer por muito tempo. A tensão se esvai em algum momento, junto com a intensidade. O tempo se encarrega de baixar a poeira e, de fato, é melhor que seja assim. Os olhos ficam turvos nas tempestades de areia. Isso não se dá com os sentimentos. Estes arraigam-se nas “vísceras” alma e cristalizam-se. Logo se tornam parte de nós. Tornam-se decisões! Por isso tenho aprendido que amar não tem tanto a ver com o sensual humano – leia-se sentir – mas muito mais com nossas faculdades volitivas. Aprendi que AMAR É UMA DECISÃO!



Penso assim porque há experiências em nossa vida pelas quais muitos não quereríamos passar. Se pudéssemos optar, sem dúvida escolheríamos ao menos não experimentar todas as conseqüências de certos acontecimentos. Mas mesmo em tais momentos algo dentro em nós nos impele a enfrentar a situação. Uma espécie de querer autônomo. Assim é com o amor, com o gesto de amar. Não tem tanto a ver com o sentir, mas com uma meta, um propósito. Se assim não fosse, o menor sentimento de decepção soterraria o amor.




É preciso decidir-se pelo amor! Diariamente! Tal como o Salvador. Jesus amou até o fim, até que não houvesse mais uma gota de sangue e suor em seu corpo humano. Mas não tanto porque tivesse sido crucificado e este foi o fim de sua capacidade de amar. Longe disso, amou sabendo que isso o levaria à cruz, à morte. Creio ser esse o significado do versículo bíblico: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.”(Jo 13,1). Amou até o fim, até a meta final.




Paro por um instante paro a reflexão aqui proposta e me lanço num pensamento que há tempos pulsa em mim: “Desejo tal amor para minha vida!”. Desejo amar assim. Sei que meu coração, por mais seduzido que possa ser por Deus – e nem é tanto assim quanto acredito ser – é fraco demais, e não comporta todo esse amor nessa dimensão. Então entendo a oração da Igreja: “Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao Vosso!”. Desejo sim amar com o coração de Cristo em meu peito. Além das decepções, além dos medos, aparências... Mas e se tal decisão me levar à morte? E se tal decisão me levar a precisar morrer pra mim mesmo no que mais prezo?




Bem... mesmo aí quero ter coragem para dar o passo à frente. Não quero hesitar nessa decisão, pois sei que na verdade o prêmio do amar não é ser amado em troca, mas tão somente amar, pois amar assim nos transfigura na imagem do Filho de Deus. Amar até o fim, ser fiel até o fim... Amar como Jesus amou!




Tenho por certo que é essa a decisão de minha vida. Desejo amá-lo e Nele amar também os que Ele me der. Ainda que me custe a vida ou o viver. Quero viver para isso!




Termino com a frase de São João da Cruz, pois creio que nessa frase encontramos a plena verdade acerca do amor:




“No entardecer de nossas vidas, seremos julgados acerca do amor houvermos sentido.”
Com o Amor do Coração de Cristo
Roberto Amorim

Um comentário:

  1. O Amor é delegado a nós, Rô!
    Se assim não fosse, a vontade não sondaria nosso imperfeito coração.
    A decisão por amar, e assim amando, ultrapassar toda a capacidade humana é dom.
    É aquilo que vem sem que peçamos, e permanece em nós por nosso desejo.

    Palavras lindas, e carregadas de um desejo guardado de encontrar o Senhor!
    Paz e Bem ao teu coração! Um coração apaixonado que está correndo, peregrino, nos corações alheios!
    Enche-te de Deus!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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