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Natal Pobre


Et Verbum caro factum est et habitavit inter nobis
                Há cerca de uns dois ou três dias não me sai da cabeça essa expressão e confesso que passei a celebração natalina deste ano com o firme desejo de entender o que ela poderia significar para mim e para os meus, e também vivê-la. Confesso que não sei se eu a vivi, de fato, entretanto, gostaria de partilhar esta inspiração breve e simples com todos nesta época em que celebramos o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.
                Na noite de 24/12, enquanto me preparava para ir à Santa Missa junto com minha mãe, ela comentava comigo que estava um pouco entristecida porque não tinha preparado uma grande ceia de natal aqui em nossa casa, por vários motivos: disse que não tinha condições financeiras, ela mesma não poderia comer a maioria das iguarias que se prepara normalmente nesta data, ou por não gostar ou por não poder mesmo... Enfim, uma série de razões que acabaram por deixá-la entristecida numa noite tão significativa para nós. Enquanto eu ouvia isso de minha mãe, passou-me pela cabeça a ideia de que em muitos lugares o Natal tem tudo isso que nos faltava, mas não tinha o principal. Foi quando respondi: “Mãe, podemos não ter nada disso que tem nas casas da maioria das pessoas, mas temos o presépio. Então, temos o Natal inteiro! E veja só: temos ao vivo dois símbolos das figuras mais importantes dessa noite. Uma é a Mãe – você – e a outra, o Menino – eu (mesmo tendo 29 anos, rs)”

                Sei que essa inspiração pode soar como sentimental e piegas demais, mas decidi partilhá-la porque fez parte da minha inspiração de Natal desse ano. E acredito que nunca desejei tanto ter um natal pobre. Não me entendam mal, não falo tão somente de pobreza material, e nem julgo errado que se faça uma alegre ceia de Natal nesta noite, mas acredito ter pensado do modo correto. Eu quis do fundo da alma um Natal pobre, para mim e para os que amo. Pobre no sentido de guardarmos em nós somente o essencial dessa noite, somente o que fez essa noite ser singular e única no mundo. Penso isso comparando a festa dessa noite com todas as outras festas que normalmente vivenciamos ao longo do ano: Reveillon, aniversários, confraternizações, festas de casamento, sejam quais forem... Todas tem alegria, festa, música, dança. Esta noite, contudo, tem algo por demais singular para ser entendido somente como uma espécie de boa intenção espiritual; é algo que simplesmente rompe as portas da lógica humana e das possibilidades naturais deste mundo: Et Verbum caro factum est et habitavit inter nobis – E O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS. E é isto que faz essa noite diferente de todas as outras. Deus veio morar conosco, experimentar nossa vida, partilhar nossa história, viver nossa limitação e todas as vicissitudes humanas, exceto o pecado.

                Bem, foi isto que desejei intensamente para mim, e para os meus nessa noite. Eu quis muito um Natal pobre. Não pobre no sentido pejorativo, mas, como falei aqui ao longo desta pequena reflexão, cheio da pobreza da Gruta de Belém, cheio da solidão que invadia o coração da Virgem. Solidão não por sentir abandono ou menosprezo, mas a solidão que somente Deus pode preencher. Desejei este Natal para mim, cheio do essencial. Confesso que talvez eu não tenha conseguido viver isso plenamente nestes dois dias, 24 e 25/12, mas temos a graça de sermos filhos de um Deus que ouve intenções do coração. Não quero dizer aqui que somente boas intenções bastam para nos levar ao céu, mas Deus escuta nossa oração e nossos desejos quando estes vão de encontro aos Dele.

                É isto. Desejei para mim um Natal pobre, cheio unicamente da riqueza da manjedoura de Belém, que albergava naquela noite feliz o maior tesouro do universo; desejei um natal frio, cujo calor brotasse somente do Amor Divino encerrado na Carne Humana assumida pelo Verbo. Tal foi o Natal que desejei para mim e tal é o Natal que desejo para os meus.

                Um Feliz Natal. Pobre, somente com o essencial reinando em vossos corações: A Virgem e o Menino Deus.

Roberto Amorim
Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo - 2011

Porta entreaberta..


                A porta estava entreaberta. Deixei-a assim sem notar, ocupado que estava, como sempre, em tantas circunstâncias acidentais do meu cotidiano. Circunstâncias que gritam e arrogam-se urgências. E eu, atarefado e disperso, entretido com aquilo que passa, mal percebi quando ele chegou. Aproximou-se com cautela, a passos leves, não por medo, mas por não querer fazer alarde. Vi quando me olhou pela fresta da porta e deu três delicadas batidas no umbral. Olhei e o vi por entre o espaço aberto, acenando para mim discretamente. Apressei-me em abrir a porta e estaquei em sua frente. Fitava-me com um ar jovial, sorrindo mais com os olhos do que com os lábios, e olhava-me profundamente em silêncio. Sabia que eu o esperava, entretanto sabia da minha indisfarçável surpresa.  Sorriu como quem percebe uma situação engraçada, e isso me deu coragem para dizer-lhe um “Oi!” meio sem jeito, sem saber se essa era a melhor forma de saudá-lo. Respondeu-me com delicadeza, sem querer me assustar ou me surpreender ainda mais: - Olá! Desculpe-me por vir assim sem aviso! – disse ele, ainda parado à sombra da marquise de minha porta. Convidei-o para entrar, ao que aceitou prontamente. Não parecia cansado, ainda que levemente ansioso. E entrou em minha casa.

                Eu estava realmente desajeitado. Ele, notando isso, tratou então de agir como quem sabe onde está, e de fato o sabia. Puxou uma cadeira e se sentou à mesa da varanda, colocando sobre ela as mãos calejadas e fortes, típicas de quem as utiliza para o trabalho. Distraiu-se por algum tempo observando o arranjo de flores à sua frente, e parecia gostar do que via. Olhou para mim outra vez com um sorriso e disse: - Belas flores! – Respondi que sim, eram realmente belas. E eu de fato achava que era um belo arranjo, mesmo que fossem muito simples. Mas disse-lhe que não havia sido eu quem as pusera ali. – Sim, eu sei – disse ele mas não importa. Importa que elas aqui estejam embelezando a tua mesa e tua casa, sendo simplesmente o que são. Isto basta!  Calei outra vez.

                Olhei o relógio. Era por volta do meio-dia. Não estava sol, mas havia o típico calor primaveril das tardes cariocas. Notei que ele viera de longe, e talvez estivesse com fome ou sede. Mas ainda atônito, me peguei observando-o minuciosamente. Era alto, seu rosto tinha qualquer coisa de solene e simples, majestático e singelo ao mesmo tempo. Seus olhos, ao mesmo tempo distantes e misteriosos, eram penetrantes e atentos, de uma cor entre o castanho escuro e o púrpura. Não me lembrava de ter jamais visto olhos assim.

                

                                

                                 Sentado, meu hóspede esquadrinhava curiosamente toda a varanda. Paredes, teto, chão, os quatro cantos de minha varanda. Parecia tão familiarizado e à vontade com o espaço que não parecia ser sua primeira visita. Ainda assim, parecia absorto, e cada detalhe o encantava e recebia singular atenção sua. Foi quando, enfim, saí de minha letargia silenciosa e consegui perguntar-lhe se queria um copo d’água. Ao ouvir isso, sorriu outra vez. Riu, na verdade. Olhou para o vazio, como se lembrasse de algo, e logo olhou nos meus olhos novamente. Fez menção de dizer algo, mas calou-se. Eu queria ter perguntado, insistido que me dissesse o que pensara, mas não tive coragem. Enfim, aceitou a água e agradeceu. Dei-lhe o copo cheio e a garrafa, caso quisesse mais. Ele bebeu metade do copo, encheu-o novamente e terminou de beber. Enquanto enchia pela terceira vez, olhava-me como se algo quisesse me dizer, mas sem palavras. Tomou o terceiro copo de água e colocou-o sobre a mesa. Como eu disse, ele não parecia cansado, mas tinha muita sede.

                Convidei-o para entrar na sala, onde era mais agradável e confortável. Entrou na frente, sempre delicadamente, sem atropelos. Manso seria a palavra. Olhando em torno, viu as paredes apinhadas de quadros religiosos, e entre tais adornos, deparou-se com um crucifixo de parede, grande. Olhou com profundo sentimento para o objeto, sem esconder uma pontada de dor. Olhou por algum tempo e fechou os olhos, com a mesma expressão de dor, profunda e viva. Respirando fundo, juntou as mãos com força, esfregando-as sofregamente uma na outra, enquanto, de olhos fechados, parecia ter um diálogo silencioso e dramático. Eu o contemplava fascinado, querendo entrar em sua mente para saber o que pensava. Pobre ilusão a minha!



                De súbito, abriu os olhos outra vez, e permaneceu olhando o crucifixo ainda algum tempo. Esquadrinhou-o novamente, respirando fundo e de expressão mais serena, ainda que não escondesse o semblante de dor. Notou que o crucifixo não apresentava a chaga do coração. Seus olhos marejaram, meneou a cabeça negativamente e, por fim, disse olhando para mim: - Raramente lembram-se da chaga no peito! Raramente os homens se lembram justamente dessa chaga e, no entanto, foi  a que mais doeu!  – Senti-me perfurado por sua frase. Ele notou, olhou-me novamente nos olhos e não disse mais nada. Continuou a adentrar a sala silenciosa e iluminada pelos raios de sol que invadiam a janela.



 Ele sentou-se em meu sofá e ajeitou-se, recostando-se ao braço do assento. Olhou as imagens de santos sobre a estante e os vários quadros na parede. Anjos, santos, os pequenos ostensórios... Viu, enfim, a imagem da Virgem das Graças. Voltaram-lhe à face a leveza, a jovialidade, o sorriso menino. Pareceu-me tão apaixonado e enternecido que também eu deixei-me enlevar pela imagem e por ele, olhando-a. Deixei escapar um misto de riso e suspiro, e ele virou-se rapidamente para mim, dizendo com graça: - É de fato a mais bela criatura dentre todas, incomparável para todo o sempre! E sabes por quê? Porque nela habitou o amor com o qual o homem não é capaz nem mesmo de sonhar! - Agora foram meus olhos que marejaram, e uma das lágrimas acabou por escorrer-me a face, à qual me apressei em enxugar. Ele sorriu e disse: - Estas tu não deves enxugar! Deixa que escorram! – A censura, doce e carinhosa, fez-me corar e lacrimejar um pouco mais, e ele pareceu gostar. Voltou os olhos para a imagem que o enternecera tanto, dando-me a chance de me recompor.


                Por fim, olhou-me novamente, agora disposto a me escutar. Não que antes não o estivesse, mas agora sem distrações. Novamente perdi a voz e pedi desculpas por não ter algo a oferecer para um lanche ou qualquer coisa, pois estava sozinho naquele dia. Ele me olhou, sorrindo de modo discreto. Olhou-me profundamente nos olhos, e parecia ver minha alma por completo. Seu olhar invadiu-me, rasgou-me a alma em duas. Então, sorrindo muito mais com os olhos do que com os lábios, disse-me: - Sim, eu sei que estás sozinho! Sei que tens estado muito sozinho ultimamente!-. E eu não pude fazer outra coisa senão desviar os olhos dos seus, olhos nos quais eu via majestade e singeleza. Busquei o chão, a TV, as paredes, ainda que atraído pelo olhar do qual há pouco eu desviara. Ele insistia em fitar-me, e seu olhar sobre mim fez-me entender que eu, muitas vezes, busco a solidão cada vez que dele desvio os olhos. Ele mesmo sabia do medo que eu tinha e tenho de encará-lo. Ele entendia meu medo, pois também o sentira antes. Não disse nada, mas tocou meu ombro e isto bastou. Levantei o rosto e vi que ele também chorava como eu, ainda que em meio a isso ambos tenhamos esboçado um sorriso um para o outro. Nós normalmente nos comovemos com a dor dos que amamos. Às vezes chega a nos dar pena. Ele sentia o que eu estava sentindo. Fez-me um carinho no rosto - coisa de pai -, deu um tapa em minha perna e encorajou-me a falar, conversar com ele.

                Falei de mim, dos que amo, do que temo. Falei dos meus medos, correntes que prendem meus sonhos ao chão. Ele me ouvia atentamente e vez por outra antecipava a conclusão de alguma situação. Eu me agitava, interrompia as frases, entrecortando-as com tosses, pigarros e outras fugas momentâneas. Ele as notava, mas delas não fazia caso, fazia não notar minha hesitação e fitava-me tão profundamente que era inútil fingir qualquer coisa, vestir qualquer máscara. Ele mirava o meu coração.

                Falei dos meus erros, do que eu julgava ser erro nos outros e do que eu sabia que os outros condenavam em mim. Ele rabiscava palavras numa folha de papel que apanhara sobre o sofá. Não estava disperso ou desinteressado, mas mais compenetrado na essência do que eu dizia e não no que era acidental. Ora sorria, fechava os olhos, permitia-me saber que não eram necessários relatos muito detalhados. Tudo estava a ele descoberto, mesmo o que eu não dizia, fosse por medo ou hipocrisia. Mais de uma vez vi seus olhos congestionarem-se e seu semblante tornar-se irado. Entretanto, não direcionava a mim esse olhar, mas tão somente à causa dos meus erros mais profundos. Eu me envergonhava nesses momentos. Ele, porém, olhava-me e me acolhia em seu olhar, e me pedia outro copo d’água. Sentia sede mais intensa nesses momentos.

                Deixei então que ele me dissesse algo. Parecia ter tanto a dizer, tanto a revelar-me, e eu estava também sedento por ouvir. Mas ele não dissera nada. Talvez tivesse notado que eu mesmo não dissera tudo. Havia uma dor calada em mim que não me permitia dizer. Uma dor que parecia viva, profunda, intensa, como um organismo parasita em mim. Ele viu minha dor, percebeu o que eu dizia sem falar.                

                Enfim, levantamo-nos; chamou-me para acompanhá-lo ao lado de fora de minha casa. Fui sem questionar, pois sentia que era o que devia fazer, ainda que não entendesse o porquê. Ventava docemente, uma brisa que parecia preparada para aquela tarde. Ele agora olhava para o céu como quem espera um sinal, uma voz. Não ouvi nenhuma, mas ele sim. Fechou os olhos e disse algumas palavras num tom muito baixo, as quais não compreendi e numa língua que não me era familiar. Abriu os olhos e pediu que eu me aproximasse. Congelei. Ele notou meu desassossego interior e sorriu, me disse que não tivesse medo. Ele abriu os braços, alcançou-me, protegeu-me. Não pude conter as lágrimas. Respiramos fundo juntos, ao mesmo tempo. Impossível dizer qual a impressão de respirar junto com Ele, respirar no mesmo ritmo e compasso do coração Dele.

             Por fim, separamo-nos. Olhou-me mais uma vez nos olhos. Tocou-me o rosto e já sorria com saudades. Notei que se tratava de Sua despedida. Ou um ”Até breve!”. Mas não poderia ir sem me dizer algo, pois notava que agora, após tão singular encontro, era o meu coração que se encontrava sedento. E Sua voz, forte e serena, reverberou em mim de modo inconfundível:

“Não temas! Minhas promessas para ti hão de se cumprir!
 E não te deixes enganar: sabes bem que Eu já as revelei a ti.
 Ensurdece teus ouvidos para os sussurros insidiosos do Inimigo contra ti.
 Tens a Mim, e Eu tenho a ti! Isto te basta!
Ouve minha voz e serás vencedor!
Tende coragem, pois EU ESTOU CONTIGO!”

                E enquanto eu o ouvia, subitamente, já não estava mais lá. Somente o eco de Sua Voz residia agora em mim, e tudo preenchia.

                Foi quando me aproximei da porta, que ainda estava entreaberta. E ali eu permaneci por um longo tempo, envolto na eternidade que acabara de viver.


               Assim findou o dia, e eu ainda não sabia qual nome dar a tudo isso. Deus veio me visitar, e a muitos outros talvez. Chegou sem fazer alarde, tão singelo quanto homem, tão majestoso quanto Deus. Sentou-se em minha varanda e tomou alguns copos de água comigo. Visitou minha história e se foi, sem me deixar, contudo. Permaneceu em mim. Foi-se, mas não me abandonou. E eu agora parecia mais completo, mais eterno, mais perto daquilo que de fato sou.        
               
                 

                                                                E a porta permaneceu entreaberta...

        
        Roberto Amorim
08 de Dezembro de 2011 – 01h30minh


"Porei hostilidade entre ti e A MULHER" (Gênesis 3, 15a)

               

               Essa tarde, durante um passeio com minha mãe, enquanto ela se ocupava de coisas de seu interesse particular, fiquei sentado à mesa de um café lendo as páginas de um antigo livro que tenho sobre exorcismo e possessões, do padre exorcista Francesco Bamonte, religioso dos Servos do Imaculado Coração de Maria. Para minha feliz surpresa, especialmente nestes tempos em que me preparo para a renovação da minha consagração como Escravo de Jesus pelas mãos da Virgem Maria, encontrei no livro que lia preciosos relatos de casos de nos quais o demônio, sempre impelido pela Vontade Divina, revelava verdadeiras catequeses teológicas da fé cristã autêntica e integral. De modo particular e não menos precioso, o livro apresenta momentos de intensa experiência mariana nos exorcismos. Assim, não tenho muito o que expor aqui, senão a transcrição do próprio livro, que creio ser de muita utilidade para nossa fé e formação, certamente além de fortalecer e consolidar nossa fé e devoção à Virgem Santíssima. Deixo-vos com as palavras do Pe. Bamonte:


                “Particularmente consoladora é a experiência mariana nos exorcismos. Quando Nossa Senhora é nomeada os exorcistas verificam como os demônios, pelo seu grande desprezo e ódio nos confrontos com Mãe de Deus, enfurecem-se terrivelmente. Sem ousar nunca chama-la pelo nome, dizem “aquela”, acrescentando uma porção de injúrias nos seus confrontos, porque lamentam que ela arruíne muitos de seus planos. Uma costumeira manifestação antimariana do demônio é aquela de manifestar imensa raiva quando é nomeado o Coração Imaculado de Maria, porque lhe faz recordar, como frequentemente urrou, que o mundo foi consagrado por aquele *** (expressão irreferível dirigida ao Bem Aventurado João Paulo II) a este Coração Imaculado e esta consagração provocou a falência de muitos projetos seus, em escala mundial. Em relação ao Santo Rosário, uma vez, colocado no pescoço da pessoa que era exorcizada um terço, o demônio começou logo a gritar: “Está me esmagando, pesa, está me esmagando esta cadeia com a cruz no fundo!”.  O exorcista exclamou: “De hoje em diante esta irmã rezará o terço todo dia”. E o demônio imediatamente respondeu: “Mas sois tão poucos os que o dizeis (referia-se ao rosário, em comparação com o mundo inteiro! É bom para mim que seja assim porque me desagrada, porque invocais Aquela (referia-se a Nossa Senhora), me recordais a vida Daquele (referia-se à vida de Jesus, que meditamos nos mistérios do rosário)”. Num outro dia, enquanto exorcizava o demônio, o exorcista tirou do bolso um terço; logo o demônio gritou: “Leva embora essa cadeia, leva embora”.  “Que cadeia?”. “Essa com a cruz no fundo. Ela nos vergasta com essa cadeia!” Isto também é certamente uma linguagem metafórica que, porém, nos faz entender, de modo muito concreto, o poder do rosário e quanto o demônio o teme.
               
Imaculado Coração de Maria
                 Um dia, com grande surpresa, um exorcista se apercebeu de que Deus humilhava o demônio constrangendo-o a louvar Maria. De fato, enquanto o exorcista invocava Maria, disse: “Ela é a única que está em toda parte, me ‘mata’, me ‘matou’ sempre, sempre me ‘matou’, bota os pés na minha cabeça; o seu maldito véu me estrangula toda vez; nenhum de nós resiste”. A estas palavras o exorcista exclamou: “Muito agradecido, Mãe; muito agradecido, Coração Imaculado!”. O demônio rebateu imediatamente: “Deixa para lá esse Coração: cravamos nele uma espada e não morreu, crucificamos Seu Filho e não morre: tomou outros filhos!” Em um outro exorcismo, enquanto o exorcista louvava o Imaculado Coração de Maria, o demônio disse: “O Seu Coração é nossa dor. Quanto mais o transpassamos, mais vivo se mostrou; quanto mais o esmagamos, mais Ela nos esmagou; quanto mais sofria, mais sofríamos nós. Nós queríamos ‘alegrar-nos’, ela ao invés nos matava com seu pranto: as suas lagrimas são fogo que nos mata”. Num outro dia, enquanto o mesmo exorcista invocava o Imaculado Coração de Maria, o demônio falou dos espinhos cravados nele (que representam os pecados da humanidade) e daqueles que reparam as ofensas para com este Coração, e disse: “Os homens me ajudaram a cravar nele milhões de espinhos, me ajudaram a espetar nele todos aqueles espinhos. Vós é que me ajudastes! Mas quanto mais espinhos, mais força; quanto mais sangue, mais glória; os vossos pecados se transformaram em glória porque outras tantas almas se consagraram a expiá-los e cada alma lhe faz saltar um espinho, e cada espinho que salta finca um pau de fogo em nosso cérebro. Nós os espancamos, nós lhes batemos, nós os queimamos, nós os magoamos, nós os despedaçamos, e eles ali a orar. Nós os insultamos , nós os caluniamos, e eles por terra a orar. Não acabará nunca esta tortura. São muitos, são demais! Quantos inconscientes se consagram e não esperam outra coisa senão morrer por Aquela... e seu Filho!”
                Em um outro exorcismo, vangloriando-se ele dos sofrimentos provocados em pessoas inocentes, o exorcista começou a orar decididamente: “Senhor Jesus Cristo, enquanto na cruz parecíeis vencido, enquanto parecia que poder das trevas tinha vencido para sempre, na realidade éreis vós que estáveis vencendo para sempre”. E o demônio retorquiu: “É tudo culpa Dela, é tudo culpa de Sua Mãe. Por isso ensinei a esta cretina (referia-se à pessoa que ele atormentava) a odiá-la e ela conseguiu superar também isto. Ela (aqui se referia a Nossa Senhora) ora sempre, não se cala um momento e nós somos vergastados pelas suas orações”. Evidentemente falava tanto da intercessão que Maria estava exercendo diante de Deus por aquela mulher, quanto pelo crescente amor por Maria que ela estava alimentando. Em outro exorcismo, também aqui com uma evidente linguagem metafórica (não tendo ele pele nem cérebro, porque espírito imaterial), acrescentou: “Toda vez que desce nesta terra (referia-se  Nossa Senhora), nós afundamos muitíssimo mais. Cada lágrima sua é um buraco em nossa pele, cada olhar seu é um rasgão em nosso cérebro, cada passo seu é o nosso fim. Estamos procurando detê-la, não o conseguimos porque ela é mais poderosa que nós. O Mal não tem nenhum poder sobre ela”.
                Um episódio particularmente comovente é o seguinte: um dia, dirigindo-se a uma imagem de Nossa Senhora, presente na sala onde o exorcista estava em atividade, o demônio começou a gritar: “Por que ofereceste tudo Àquele? Por quê? Por quê?!” O exorcista intrometeu-se: “O que ofereceu?”. E ele respondeu: “Sob a cruz Dele, ela sofria!” Referia-se claramente à oferta que Nossa Senhora fez dos seus sofrimentos e dos sofrimentos de Jesus ao eterno Pai no momento da crucificação. E então o exorcista começou a dizer: “Recorda-te que Maria, aos pés da cruz, ofereceu Jesus ao Pai e ofereceu sua própria pessoa com Jesus ao Pai. Por nós seus filhos ofereceu este sacrifício”. A estas palavras soltou urros indescritíveis e evidentemente esmagado pela força redentora que brota do sacrifício de Cristo e de Maria no Calvário, disse: “Basta, basta! Não me faças recordar, basta, estás me queimando!”
                Na Sexta-Feira Santa de 2006, enquanto um exorcista desenvolvia o seu ministério lendo no Evangelho de João as palavras que Jesus na cruz dirigiu a Maria: “Mulher, eis aí o teu filho” e aquelas palavras dirigidas a João: “Eis aí tua mãe!”, assim se expressou o demônio: “Em um instante Ela amou todos os seus filhos por todas as gerações e deu o seu segundo ‘sim’. Depois do ‘sim’ dado ao Anjo, seu o seu ‘sim’ ao seu Filho na cruz, porque vós vos tornastes seus filhos”. O exorcista então, entre o pasmo e a alegria, porque compreendia que o demônio estava claramente constrangido, malgrado seu, a dizer coisas que nunca teria querido dizer, continuou lendo as palavras do Evangelho: “E a partir daquele momento o discípulo a tomou na sua casa”.  E o demônio com uma repugnância tremenda, que manifestava na voz e nas atitudes, acrescentou: “As almas puras tomam a Mãe de Deus no seu coração. O vosso corpo e o vosso espírito são a casa do Senhor, e nela deveis tomá-la. Todos os filhos de Deus deveriam tomar Maria dentro de si mesmos e aquilo que Ela vos ensinou com sua vida. Vós tendes um grande meio que é Maria, usai-o muito. Orai a ela, rezai muito, tornai-a vossa. Ela caminha sempre ao vosso lado.”
                Diante dessas palavras, o exorcista sabendo que a Sexta-Feira Santa é um dia especial de graça, recordou-lhe que o sacrifício de Jesus na cruz por amor a nós, as suas chagas, o seu sangue, suas dores, suas humilhações, a sua oferta ao Pai, juntamente com as lágrimas e as dores de Maria aos pés da cruz e a sua oferta junto com o Filho ao Pai por amor a nós. E enquanto dizia todas estas coisas, o demônio continuou, afirmando com grande abatimento do exorcista que o escutava: “Estávamos também nós ali ao pé da cruz, alguns os instigávamos contra Ele, os estimulávamos a contestá-lo, a berrar contra Ele, a desafiá-lo. A outros tentávamos insinuando em suas mentes dúvidas de que Ele não era verdadeiramente o Messias. Alguns estavam ali para ver algum milagre e convencer-se de que Ele era o Messias: que estúpidos! Fizemos fugir dali tantas pessoas que não acreditavam mais, apavoraram-se ao ver que morria e os poucos que ali permaneceram convenceram-se quando morreu que nada era verdade, porque se morreu nada mais podia se fazer. Quando tiraram o corpo da cruz, olhamos também João, dizendo na sua mente: ‘Olha que fim teve o vosso Messias, olha que fim teve o teu Messias!’. Tentamos também a Mãe. Ela tinha o coração despedaçado, mas ao mesmo tempo existia nele uma grande paz, e perdoava a todos, amava e sofria: o seu perdão era total, o seu amor era total, a sua oferta era total. E isto nos venceu! Inutilmente insidiamos a sua fé. Ela continuou a orar. Ela era a única que conservou a fé na Ressurreição. O Seu Coração já o sabia e no alvorecer do dia depois do sábado, Ele se apresentou por primeiro a Ela. Não sabemos o que possam ter conversado, só vimos que naquele encontro existia uma grande paz e um infinito amor, mas não podíamos ouvir as palavras, o seu discurso de amor estava fora do nosso alcance. Depois vimos Madalena que ia ao sepulcro”.
                Certo dia, no exercício do seu ministério, o exorcista disse que celebrar a Santa Missa por aquela pessoa, o demônio quase sem forças para reagir, porque já estava próximo de sair do possesso, deixou este testemunho: “Não sei como lhe tenha vindo à mente sacrificar-se por vós, lixo imundo que outra coisa não sois. Como fez para sacrificar-se por estes seres que não valem nada, que não entendem quanto ele os tenha amado e quanto os ama, porque o ofendem continuamente. Para Ele a Missa não serve, Ele tem tudo; é só para vós que a inventou, só para vós, para aproximar-vos Dele, para fazer-vos tê-lo a cada dia, e vós, estúpidos, escarrais em cima. E vós não o aceitastes, vós que poderíeis verdadeiramente ser como Ele. Ele vos quer a Seu lado (isto o demônio disse com extrema dificuldade) e vos dá todos os dias aquele Corpo e aquele Sangue, nojentos para nós, mas que para vós são tudo, o único meio para chegar à salvação, para não vos perderdes conosco. Como não entendê-lo? Ele ali está e vos diz: ‘Estou aqui. Tomai-me’.  A nós disse: ‘Afastai-vos!’. A vós disse: ‘Estou aqui!’.
                Noutra ocasião, durante uma grande batalha, em que o exorcista intuía claramente que o demônio procurava opor-se para não repetir o que Cristo lhe estava mandando dizer, num certo ponto completamente derrotado pela força de Deus, exclamou: ‘Ele está me ordenando dizer-vos: Não tenhais medo, ide ao encontro do vosso Deus. Abandonai toda ligação com o mal sobre a terra. Enchei do Senhor a vossa vida, abri dentro de vós espaço só para Jesus Cristo, segui Jesus na alegria e no sofrimento. Louvai-o sempre. Ele é a vossa salvação! Ahhhhhh!’ (foi o urro que emitiu pelo tremendo esforço que havia empregado para dizer o que a ele aborrece)”

                Pois bem, queridos filhos e filhas da Igreja de Deus, estas são as palavras do livro. Creio que sendo elas fortes como são, podem ser tomadas a peito por nós como um alerta. Se nos apegarmos à Virgem Santíssima, ao Santo Rosário e de modo especial ao Santo Sacrifício da Missa, nosso Inimigo comum nada poderá conosco.
                Que nosso Grande Deus e Senhor Jesus Cristo nos abençoe, e Sua Mãe Santíssima nos cuide.

Com carinho e orações
Roberto Amorim,
Indigno Escravo por Amor da Virgem Maria.
21 de novembro de 2011 -  01:54h

Nós Cremos na Vida Eterna...

Celebrar a Vida

"Nós cremos na Vida Eterna 
E na feliz ressurreição  
Quando de volta à Casa Paterna 
 Com o Pai os filhos se encontrarão"


               
                 De modo muito providencial,  no início da celebração da Santa Missa do dia de Finados, ou como a Igreja melhor denomina de Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos,  me pus a pensar se não iria postar nada a respeito do que a Santa Igreja festeja nesta data. Sim, festeja, pois a celebração dos fiéis defuntos não é um culto à morte, mas uma demonstração de que o que esperamos está mais além, está para lá da história. Aprendi esta semana, ouvindo uma formação do Padre Paulo Ricardo que o sentido da vida cristã encontra-se na eternidade. Dessa forma, não se pode negligenciar o profundo significado deste dia para a nossa fé.
                Bem, mas como dizia, pensava no que escrever a respeito do dia de hoje, e confesso que nada me vinha à mente. Ao final da celebração, minha mãe chamou-me a atenção para um pequeno conto numa tarja lateral do folheto da celebração. Não costumo ler esses contos, posto que em muitos locais e por muitas vezes podem trazer mensagens categoricamente contra a autêntica fé católica. Entretanto, dessa vez o pequeno conto chamou-me a atenção e resolvi acolher a sugestão de Dona Linda para coloca-lo em meu blog. Deixo a cada um dos irmãos que acompanham o Imortal Juventude esta pequena reflexão acerca do sentido de nossa história:
                “Diante do iminente desenlace de seu paciente, o médico resolveu realizar o seu último desejo. Naquela manhã, ao adentrar a enfermaria, o médico vê o rosto do paciente se iluminar, suas mãos são entrelaçadas com força e sofreguidão pelo enfermo, que desabafa: “-Doutor, tenho muito medo, por favor, responda-me com todo o seu conhecimento cientifico, com toda a sua experiência na medicina, o que me espera, o que acontece após a morte?”. Olhando-o com ternura e amizade, o médico apenas ousou balbuciar: “-Não sei!”
                “Não sabe?”, repetiu decepcionado o doente... Ato contínuo, o médico vai até a porta do quarto e a escancara. No mesmo instante, o cãozinho do paciente irrompe pela porta, e, numa salto, vai ao encontro do seu dono, seu amigo: o médico realizara seu último desejo.
                Voltando-se para o paciente, o médico lhe diz: “Vê o que aconteceu neste quarto? Seu cãozinho nunca esteve aqui, não conhecia nenhum dos enfermeiros, mas porque sabia que atrás daquela porta encontrava-se seu dono, o seu grande amigo, tão logo ela se abriu, veio correndo, cheio de alegria ao seu encontro.” Eu também não sei o que se passa após a morte, mas porque sei que atrás da posta desta vida está o Grande Amigo que por nós morreu e ressuscitou, e nos disse: ‘EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA. QUEM CRÊ EM MIM VIVERÁ ETERNAMENTE’. Quando as portas da eternidade se abrirem para mim, tenho certeza que correrei ao encontro d’Ele, como seu cãozinho hoje veio ao seu encontro...”
                Bem, creio que não há muito o que dizer após esse pequeno conto. Sim, nós cremos na vida eterna, cremos na ressurreição. Cremos que esta data é uma celebração da vida, da graça de Deus que opera maravilhosamente em nós e une toda a Igreja: A Igreja Militante, que somos nós, lutando e vivendo neste tempo, as batalhas contra o pecado; a Igreja Padecente, que são as almas do purgatório, que, embora ainda não estejam participantes da glória celeste, já experimentam a certeza de que para lá irão após uma última purificação, e por eles devemos orar e oferecer sacrifícios, para que o quanto antes possam gozar da felicidade celeste; e a Igreja Triunfante, aqueles que já no céu intercedem por nós, diante de Nosso Grande Deus e Senhor Jesus Cristo. Isso é a Santa Igreja de Deus, Esposa Imaculada do Cordeiro. E é esta união que  celebramos de modo festivo. Celebramos a festa daqueles que já passaram para o lado místico da Santa Igreja, não sem deixar sua saudade entre nós, mas certamente sem tristeza, pois cremos na vida eterna.
Credo in Sanctorum Comunionem
                Termino esta pequena reflexão com a letra de uma canção de Martin Valverde, “No se han ido del todo” , para consolar e fortalecer os corações que sentem saudades daqueles que já cruzaram a porta e se encontraram com seu Grande Amigo...


No Se Han Ido Del Todo
(Martin Valverde)

No se han ido del todo, si aún podemos su risa evocar
su carácter y su bondad, no se han ido del todo

No se han ido del todo, si algo bueno han dejado al pasar
aunque hoy ya no estén más aquí, no se han ido del todo

No se han ido del todo, si recordar es volver a vivir
aún con lágrimas puedes decir, no se han ido del todo

No es el fin de la historia, son dos lados de la eternidad
ellos ahora se encuentran allá y tú y yo debemos continuar

Ahora se encuentran libres, ahora ya son felices
lo que aquí tanta falta les hizo donde están hoy, les sobra

Ya no hay sufrimiento y no existen más lágrimas
no hay vacío ni hay soledad, son libres como el viento

Dios los ha recibido, a sus brazos llegaron
hoy están descansando
en la casa del Padre han sido recibidos
ya no tienen nada que temer pues están en el cielo
no se han ido del todo

No se han ido del todo, si nos han dejado una luz
si su esfuerzo da frutos aún, no se han ido del todo

No se han ido del todo, si al pensarlos nos hacen vivir
si una meta nos hacen seguir, no se han ido del todo

Y aunque duela hasta el alma, mejor dales tu último adiós
si hace falta también tu perdón, deja ya que descansen

Ya no pierdas más tiempo, enfréntate a la vida
todo hombre se puede morir, tú estás vivo y te toca vivir

No tengas miedo, que Dios te hace más fuerte
quien ha sabido vivir, no le teme a la muerte


Com carinho e orações
Roberto Amorim 

Pregação Campinas

Amados amigos que acompanham o blog Imortal Juventude, trago aqui mais um precioso momento de intimidade com Deus. Nos últimos dias do mês de julho deste ano, tive a oportunidade de ir à cidade de Campinas, na comunidade Nossa Senhora Auxiliadora, para ajudar num encontro de jovens, tocando e pregando acerca do Amor de Deus. Foram dias de grande graça e vivência da comunhão com Deus e com os irmãos. Deixo aqui para todos os que desejarem acompanhar mais este momento de formação para os jovens de uma linda comunidade que tive a graça e a oportunidade de conhecer. Agradecimentos especiais a todos os amigos que lá deixei, de modo muito especial: Andressa Von Ah, Fernando Silva, Marta Silva, Fábio Henrique, e de modo muito especial ao grande sacerdote de Deus, Pe.Rogério Penha. Deus os abençoe.






Link para downloadhttp://www.4shared.com/audio/XF2TxXaj/Pregao_Campinas.html?

Perfeita Consagração à Virgem Maria


Foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo,
E é também por Ela que deve reinar no mundo.
(Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria – São Luis Maria Grignion de Montfort)


Amados filhos e filhas da Santa Igreja de Deus, gostaria de partilhar com vocês mais um precioso momento de reflexão acerca da riqueza e preciosidade singular da nossa fé católica. Em dezembro de 2010, após certo período de discernimento a respeito, consagrei-me à Virgem Maria pelo método da Santa Escravidão de Amor, de São Luis Maria Grignion de Montfort. Tal consagração é uma grande graça do tesouro da Santa Igreja, a qual nos permite e impulsiona viver de modo mais fiel as promessas do nosso batismo. Deixo aqui este meu testemunho a respeito da Consagração à Virgem Santa, esperando que ela toque muitos corações chamando-os a se consagrar ao seu Adorável Filho, por meio de Suas Imaculadas Mãos. Deus vos abençoe e a Virgem Santa vos guarde no seu Materno Olhar.

Àqueles que interessarem-se por fazer a mesma consagração, há uma campanha nacional de consagrações à Virgem Maria, encabeçada pelo  Pe. Paulo Ricardo, em cujo site podem encontrar maiores detalhes. Também outros sites católicos estão fazendo parte da campanha, os quais deixo listados abaixo do player, para que possam se informar sobre maiores detalhes . 



Sites relacionados à Perfeita Consagração à Virgem Maria
Pe. Paulo Ricardo

Com carinho e orações, Roberto Amorim
Indigno Escravo por Amor da Virgem Santíssima

Trinta Moedas de Prata

Este é um texto poético, mais do que propriamente formativo. Não reflete a posição da Igreja Católica em relação a Judas, o apóstolo que traiu Jesus Cristo. Somente quis colocá-lo aqui como expressão do que acredito ser o mesmo sentimento que toma conta de nós quando erramos, quando perdemos o nosso foco em Deus, quando sentimos que mais uma vez abandonamos nosso Senhor por coisas tão pequenas e insignificantes. Desejo que sirva para nossa reflexão. 

Ainda que tivesse a ciência de todas as palavras do mundo, e com elas o tempo necessário para, examinando-as uma por uma, escolher aquelas que melhor definissem o olhar daquele homem, ainda assim eu não conseguiria expressar tudo o que neles eu via. Seu olhar tinha a capacidade de nos invadir e desvendar sem nos ofender e revelar as verdades sem nos acusar. Parecia-me enxergar o infinito naqueles olhos. O infinito que me era reservado e no qual toda a ansiedade que eu sempre trouxe na alma, toda a inquietude interior do meu coração haveria de encontrar repouso. E isso tudo Ele me mostrava simplesmente ao olhar-me, na eloqüência de um silêncio que dizia quem eu era de verdade e o que a mim estava destinado se me dispusesse a aceitá-lo.
            Não é difícil entender porque tantas multidões acorriam para vê-lo. Muito mais do que desfrutar daquele jeito de olhar, iam também beber das palavras de vida eterna que Ele nos falava. Acredito que as maiores curas que realizou foram por meio de sua voz, sua pregação, que nos trazia o céu para mais perto. Não poderia ser diferente, aliás. Sendo Ele o Verbo Eterno do Pai – e só hoje consigo enxergar isso – todas as suas palavras tinham o poder de nos conduzir ao coração do Deus do qual esperávamos a libertação. E ela veio em pessoa... E ao nosso lado caminhou, falou e viveu por três anos.
            É difícil conceber uma realidade tão alta, tão grandiosa. Não se podia intuir ou supor que aquele homem, sendo quem era, viesse a escolher andar entre nós, convidar-nos a experimentar algo a que jamais teríamos direito. E mais absurdo ainda: por que é que resolveu escolher a mim para ser seu discípulo? Antes de ser escolhido por Ele, naquela tarde na praia, eu já tinha ouvido muito a seu respeito. E Ele certamente já me conhecia também, ao menos de me ver andar pelas cercanias. E ao fitar-me nos olhos pela primeira vez, parecia já saber tudo de mim. E o sabia, de fato. Alias, sabia muito bem quem éramos nós, seus discípulos. Homens fracos, mesquinhos, limitados, de mente e coração pequenos. E sabia principalmente que nós é que precisávamos dele em nossas vidas, muito mais do que Ele de nós.
O quanto me constrangia tudo isso! Como alguém tão especial, tão diferente, podia aceitar comer, conversar, preferir a companhia de gente que não prestava? Como crer que o Filho de Deus gostava de sentar-se à mesa com gente que não merecia o céu? E como pôde nos dizer com tanta verdade nos olhos que desejava ardentemente comer conosco a ceia de Páscoa sabendo que ali seria o palco de minha indigna atuação? Não cabia em mim tal absurdo! Não cabia em mim aceitar o amor com que, olhando-me nos olhos, me oferecia o pedaço de pão umedecido no vinho, sinal de um carinho e que eu jamais fiz por merecer e ao qual eu retribuiria com imensa ingratidão! Não me sai dos olhos da alma aquele olhar com que Ele tentava sustentar e acolher o que ainda restava de divino em mim... Não consigo entender por que fiz o que fiz...
            No entrelaço do abraço com que me envolvia no momento em que o beijei no rosto, sentia o coração pular dentro do peito e uma mistura de dor e negação, como se estivesse deixando escorrer pelas mãos a única coisa que dava cor e razão à minha vida. E juro que a razão daquele beijo não era somente a cruel traição, um frio sinal indicativo de quem era o Nazareno. Havia naquele beijo uma gratidão frágil e covarde, um amor miserável e doído por não conseguir tomar a frente das minhas ações. Havia naquele beijo a semente do amor que Ele plantara em mim, e que por minha covardia e cegueira eu deixei ser sufocado.
E depois disso... Silêncio. Dor, frio, solidão... Uma feroz acusação interior argüindo-me violentamente: “Que fizeste discípulo infiel? Entregaste à morte o teu Senhor?”. Tudo o que me restou foi este nó na garganta por causa de um perdão que não pedi. Esta lágrima que me desce sangrando pelos olhos da alma, por eu não tê-la deixado escorrer de modo honesto e sincero em sua frente, limpando o meu coração que precisava ser curado naquele momento. E assim troquei o homem que mudara a minha vida por miseráveis trinta moedas de prata. Entreguei por tão pouco aquele que não tinha valor mensurável! Aquele que me mostrou e ensinou a verdadeira liberdade, eu o entreguei pelo preço de um escravo, sem saber que, na verdade, o prisioneiro era eu.
Quisera eu voltar no tempo e ter acreditado um pouco mais. Olhá-lo nos olhos uma última vez e sentir-me revelado a mim mesmo, e na minha pequenez, deixar-me perder em sua misericórdia, deixar brotar em mim as flores cujas sementes ele semeou para perfumar minha história. Confesso que se pudesse voltar no tempo e refazer este pedaço da minha vida, eu daria minha vida por este homem, ao invés de deixar que a culpa e o remorso viessem me ceifar a certeza de que seria perdoado por Ele se tivesse a humildade de buscar o seu perdão.

E certamente eu não estaria também enrolando esta corda em meu pescoço...

Roberto Amorim.
27/08/2008

Resgate Já...

Este texto foi escrito já há um bom tempo, e ontem, numa despretenciosa conversa com uma menina que vale ouro, lembrei-me dele e resolvi postá-lo aqui no blog. Percebi que Deus, sendo eterno, sabe bem como usar nossas "cruzes" de modo atemporal, para ressuscitar jardins em nossos corações a qualquer tempo. Minha dor de três anos atrás, por pura obra de misericórdia de nosso Grande Deus, perfumou o coração de uma outra história, essa atual. 

Com carinho e orações dedico esse texto a Grayce Sodré.



Fim do dia, o sol vai se pondo, sumindo no horizonte, o céu vai se deixando pontilhar de estrelas que vigiarão a noite que cai. Vem ao coração aquele conhecido anseio pelo merecido descanso que nos sugere o ocaso. E em meio a todo este cenário, surgem também esperanças, esperas, saudades, amores... Perguntas que precisamos responder por meio dos fatos que vivemos e nos permitimos viver ao longo do dia: o que resta de mim em mim quando finda o dia? O que ficou em mim que pode se tornar parágrafo da próxima página de minha história?

Muitas vezes não sabemos ou não queremos perceber o quanto de nossa vida vai ficando pelo chão de nossa história ao longo de nossas vivências. E se pedaços de mim vão sendo esquecidos à beira do caminho, é bem capaz de que outros pedaços acabem sendo roubados e seqüestrados por aqueles que permitimos entrar em nossa vida. E ao fim do dia nos deparamos com tão pouco de nós mesmos que a inadequação e indocilidade que antes eram razões de sonhos e metas tornam-se angústia por causa da saudade que temos de nós mesmos. Porque nesta constante aventura de caminhar pela vida nossos descuidos de nós mesmos nos fazem renunciar à posse do tesouro que somos. E se não nos temos integralmente, não podemos nos dispor ao outro. Acabamos ou por nos dar aos outros pela metade ou damos mais do que ele merece.

Por isso é necessário viver cotidianamente nosso processo de resgate, recolhendo aquilo que é essencialmente nosso para que não percamos a dimensão de nossa identidade. Ao mesmo tempo, não podemos deixar que as circunstâncias cristalizem em nós realidades que não nos pertençam. Neste mundo de fachadas impostas, a gente corre o risco de deixar de se reconhecer, por tentar assimilar demais aquilo que nos violenta. Como uma obra de arte que só está completa quando o artista que a criou retira os excessos da matéria prima de que é composta, e não faculta a qualquer um o direito de lhe subtrair ou adicionar o que julgar necessário, também nós somos assim. Sabemos bem – e só nós o sabemos – o que o Artista precisou lapidar em nós para que fôssemos aperfeiçoados. Tanto quanto sabemos dos preciosismos e caprichos com que Nosso Autor nos ornou, e são caros demais para que os deixemos cair pelo caminho ou entregues a quem não tem o direito de possuí-los.

E assim, como a obra de arte como um todo pertence ao seu autor, também cada parte da obra a ele pertence. Portanto, é tempo de resgatar aquilo que, pertencendo a nós, pertence primeiramente a Deus.

É hora de resgatar as posses de Deus em nós.

Resgate já.

Paz e  Bem
Roberto Amorim
Junho de 2008



NOSSO GRANDE DEUS ME SALVOU

Há uma constante na história da Salvação, que nenhum de nós pode negar por ser dado bíblico, ainda que relativamente discreto ao longo de toda a Sagrada Escritura: DEUS CONFIA NOS JOVENS! Basta que folheemos algumas páginas para repararmos: Josué, discípulo de Moisés; o pequeno Samuel; o jovem Davi, que apascentava as ovelhas de seu pai... E se todos esses exemplos não bastassem, o Deus Altíssimo confiou ao ventre de uma virgem de aproximadamente 15 anos o Seu Divino Verbo, Primogênito de Toda a Criação. No ventre de uma jovem habitou Aquele por quem todas as coisas foram feitas, porque assim quis o Deus Criador do Universo. Portanto, muito me alegra o coração ter em mãos para partilhar com vocês o testemunho de mais um jovem que se deixou conquistar por Deus. Desejo que seja alimento, força e estímulo para a caminhada de cada um. Deus o abençoe, Diego. Suas palavras hão de resgatar corações para o Reino de Deus. 


Diego Martins
Olá caros leitores do blog, IMORTAL  JUVENTUDE, venho através dessa escrita, falar sobre a grande transformação que nosso DEUS realizou em minha vida. Bem, eu me dizia católico e não sabia os fundamentos para ser um bom e verdadeiro católico, nem a SANTA MISSA eu frequentava. Era muito rebelde e orgulhoso, do tipo querer resolver as coisas todas do meu jeito. Foi então que, com o passar do tempo, passei a sentir cada vez mais a presença de DEUS na minha vida. Era como se Ele me cutucasse e me falasse: "Meu filho, acorda! Eu estou aqui de braços abertos para ti!" Mesmo quando eu pecava, podia senti-lo perto de mim.

Bem, o tempo foi passando e cada vez mais eu sentia algo forte em mim. JESUS não parava de dizer em meu coração que me queria para seu Serviço, mas eu não entendia o pedido do Senhor, tudo era muito novo para mim. Pra vocês terem ideia, irmãos, do quanto JESUS é maravilhoso, Ele insistia que eu estivesse a seu lado, mesmo com todo meu jeito rude de ser.  Então, numa segunda-feira à noite, liguei a TV no programa da Canção Nova chamado De Mãos Unidas. Enquanto assistia ao programa, no momento da Adoração do Santíssimo Sacramento, de repente o Padre contempla a restauração da vida de um jovem, e começa a falar a história daquele jovem, e foi falando tudo que se passava em minha vida. Eu sentia que era comigo, então comecei a chorar. Para completar e deixar aquele momento mais forte ainda, o Padre disse "JESUS me mostra a imagem desse Jovem chorando".   foi que eu chorei mais ainda. A partir desse dia, meus irmãos, eu entendi o que JESUS queria, e atendi o seu pedido. Hoje sirvo a nosso SENHOR JESUS CRISTO com todo meu Coração. Hoje eu entendo o motivo de nunca ter me interessado por bebidas alcoólicas, cigarros, drogas, baladas, não cedia as coisas mundanas. E um livramento quem sabe até de morte, pois há alguns anos atrás, quando JESUS tocou no coração de uma pessoa para me tirar de um carro no qual cinco minutos mais tarde iria acontecer um acidente envolvendo outros dois carros ,graças ao nosso BOM Deus ninguém morreu, mas a diferença era que eu era o único que ia em cima, na traseira do carro. Minha sorte não seria a mesma, mas NOSSO GRANDE DEUS ME SALVOU.

Através desses acontecimentos entendi o que DEUS queria, e que ele realmente tem um plano na minha vida. Escrevendo esse testemunho de vida, chego a me emocionar, me sinto guiado pelo ESPÍRITO SANTO, e digo a vocês, amados irmãos: DEUS pode mudar a sua vida também. Ele não pede muito, Ele não quer muito de você. Apenas abra uma brecha e DEUS vai transformar a sua vida assim como fez comigo. Ele quer e pode! Nada é impossível para Ele, mas isso também depende de nós. Hoje sou um Católico verdadeiro, apaixonado pela SANTA MISSA e pela EUCARISTIA, também por meu Grupo de Oração. Sofro perseguições, mas DEUS me ajuda e me dá o discernimento para defender a nossa Fé Católica.

Temos a oportunidade única de parar um pouco diante de nós mesmos e de Deus e de nos perguntar: Como tenho agido? As minhas atitudes edificam as pessoas com as quais convivo? A minha presença torna melhor o ambiente onde eu trabalho ou quando eu chego noto um constrangimento no ambiente? Tenho disposição de ajudar as pessoas ou fico competindo com elas? Sou amigo, fraterno e cordial? Relaciono-me bem com as pessoas ou sou briguento e implico com tudo? Precisamos ser para espelho da bondade de Deus para os demais.

Tenhamos a coragem de encarar a nossa verdade, seja ela qual for, e colocá-la sob a luz de Cristo, para que sejamos transformados pelo poder de Deus.

“Lançai sobre mim a vossa luz e a vossa verdade; que elas me guiem e me conduzam ao vosso monte santo,  aos vossos tabernáculos” (Sl 42,3).

Rezemos ao Senhor para que o nosso coração seja manso e humilde, como o d’Ele: Senhor, dá-nos um coração puro, manso, humilde, capaz de amar e de acolher o próximo incondicionalmente e de fazer o bem sem olhar a quem.

Bem meus queridos irmãos, esse é o meu testemunho de Vida. Espero que gostem, e peço que não abandonem o caminho de DEUS, que busquem a SANTIDADE, e serão muito bem recompensados.

Que Deus abençõe a todos nós, e ao nosso Irmão Roberto Amorim, criador desse maravilhoso blog.  A Paz do Senhor e o Amor da nossa Mãe MARIA!

 
 
Diego Martins
diego_degu@hotmail.com