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Saudades...


As lembranças têm o poder de preencher as ausências
(Diego Fernandes)

Há certas realidades em nossa vida que não subsistem por si só, mas são reais apenas na medida em que se relacionam com outros aspectos e existem somente em função de outras particularidades nossas. São mais do que parecem ser na verdade. Como já dizia o poeta: “Existem coisas que são mais do que coisas; são coisas que fazem lembrar." E tão fortemente se ligam umas às outras que às vezes não damos conta de perceber que são realidades separadas, ainda que não independentes. Assim é por exemplo com a dor. Ela só existe em razão de outra realidade causadora, mas parece às vezes ser a raiz de todos os sentimentos que a acompanham.

Ora, se cremos que fomos criados por um Deus infinitamente bom, que permite o mal somente porque dele pode retirar um bem incomparavelmente maior, conseguimos assim entender um pouco da mística da dor. Mas ainda assim, em Seu Divino Coração, o Criador tinha para nós um presente improvável. Plantou em nós algo tão forte e marcante que parece dor, e que de fato fere um pouco. Mas em minha opinião é a dor mais doce do mundo, pois brota do amor sentido, e cada um de nós apenas passaria pela vida sem viver se não a sentíssemos. Ou como dizia Santa Terezinha: “Morrer de amor é um bem doce martírio.” Falo da dor da SAUDADE.

Não me atreverei aqui a tentar definir a dor da saudade. Não conseguiria por mais que tentasse. Mas sei dentro em mim que eu hoje aprendi a senti-la de forma muito intensa e de diversas maneiras. E creio que a mais intensa e pungente é a saudade do eterno que existe em mim, eterno com o qual sonho e almejo alcançar, mas que não conheço totalmente e sequer posso imaginar com minha limitada capacidade humana. Mas mesmo se os meus limites humanos não podem alcançar essa percepção, sei que os anseios mais íntimos e profundos da minha alma farejam e sentem pedacinhos de eternidade escondidos nas delicadezas do dia a dia, e por isso sei que tais pedacinhos são muito mais do que somente isso, mas são na verdade pedaços do céu em minha vida, antecipando a vivência do que espero e creio.

Assim, a eternidade toma conta de mim e se desvela em minha vida naquela frase de carinho que não deixa de soar em meus ouvidos ainda que os lábios que a tenham articulado já estejam longe; num abraço que aproxima mais do que o corpo, mas envolve a alma e fica para além de quando termina; numa lembrança, num olhar que rompe o silêncio e o tempo cronológico, extravasando o momento em que aconteceu, seguindo-nos por toda a nossa vida e repetindo aos ouvidos da nossa alma: “Tu não morrerás jamais em mim!”

Hoje, a saudade em mim já não é dor, mas presença viva. Tenho saudades de Deus, do Céu, do Eterno. Tenho saudade de quem me trouxe Deus por meio de um carinho divino. Tenho saudade de quem já não está perto geograficamente, mas está gravado na alma. Meu livro da vida, tão cheio de poesias e versos, hoje tem figuras, imagens e canções silenciosas. Rastros de um céu que o amor rabiscou em mim...

A Saudade é uma forma de ficar (Pe. Fabio de Melo)

Texto dedicado à Família ORKONTRO – PHN



Com carinho e orações
Roberto Amorim –
11/07/2009 – 23:00h

2 comentários:

  1. Resumindo em uma só palavra:

    SAUDADES!!!


    FAMILIA ORKONTRO... AMO VCS DEMAIS

    BY, SABRINA

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  2. poxa Beto não faz isso comigo! rsrs
    quanta saudade de vcs!
    AMO VCS!!
    Sempre!
    Obrigada, amigo que tanto amo.

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